em Drenagem Urbana, Não categorizado, Recursos Hídricos

Quem nunca ouviu dizer que ao longo de uma sarjeta existem vários “bueiros”? Ou que os “bueiros” da cidade não possuem manutenção adequada, estando sempre entupidos com lixo? Pois é…acredite se quiser, mas essa nomenclatura é usada erroneamente nessas situações!!! Leia este post e entenda o que é exatamente um bueiro.

Os bueiros, segundo o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), são obras destinadas a permitir a passagem livre das águas que acorrem as estradas e através destas, permitindo a continuidade do escoamento natural. Veja o esquema a seguir.

Exemplo esquemático de um bueiro

Os bueiros são compostos de bocas e corpo. O Corpo é a parte situada sob os cortes e aterros. Já as bocas constituem os dispositivos de admissão e lançamento, a montante e a jusante, e são compostas de soleira, muro de testa e alas. No caso de o nível da entrada d’água na boca de montante estar situado abaixo da superfície do terreno natural, a referida boca deverá ser substituída por uma caixa coletora.

Os bueiros podem ser classificados em quatro classes, a saber:

• quanto à forma da seção (tubulares, celulares, especial, elipses ou ovóides);

• quanto ao número de linhas (simples, duplos ou triplos);

• quanto aos materiais com os quais são construídos (tubos de concreto , tubos metálicos corrugados, células de concreto);

• quanto à esconsidade* (normais ou esconsos).

*A esconsidade é definida pelo ângulo formado entre o eixo longitudinal do bueiro e a normal ao eixo longitudinal da rodovia.

Veja, a seguir, um exemplo de bueiro celular:

Exemplo de um bueiro celular triplo.

Os bueiros devem estar localizados:

  1. sob os aterros – em geral deve-se lançar o eixo do bueiro o mais próximo possível da linha do talvegue; não sendo possível, deve-se procurar uma locação esconsa que afaste o eixo o mínimo possível da normal ao eixo da rodovia, tomando-se precauções quanto aos deslocamentos dos canais nas entrada e saída d’água do bueiro.
  2. nas bocas dos cortes – quando o volume de água dos dispositivos de drenagem (embora previstos no projeto) for tal que possa erodir o terreno natural nesses locais.
  3. nos cortes – quando for interceptada uma ravina e caso a capacidade de escoamento das sarjetas seja superada.

Imagem de satélite de um trecho da estrada vicinal dos Cristais (Viçosa – BR120) com a localização do bueiro interceptando a estrada.

E aquele “bueiro” que tem nas ruas, ao longo das sarjetas? Aquele dispositivo se chama “boca-de-lobo” e já foi explicado aqui, em um post anterior.

 

Não confunda bueiro com boca-de-lobo!!

 

A partir de agora, você já sabe distinguir um bueiro, usado para a drenagem de estradas, de uma boca-de-lobo, aquela velha conhecida, existente ao longo das sarjetas, componente do sistema de drenagem urbana. É isso aí, não confunda mais os termos!

p.s. Muitas das informações sobre bueiros foram obtidas no Manual do DNIT, disponível neste link.

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Fonte da imagem de capa: http://agal-gz.org/

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Mostrando 4 comentários
  • Francisco Andrade
    Responder

    Alguém tem o passo a passo de como construir um bueiro?

    • Osvaldo Moura Rezende
      Responder

      Olá Francisco! O passo a passo construtivo não sei, mas o projeto detalhado pode ser encontrado em diretrizes técnicas de drenagem nas próprias prefeituras municipais ou no caderno de projetos de drenagem do DNIT.

      Abraço

  • NIkelly Dantas
    Responder

    Eu estou imensamente agradecida por suas informações. Sou acadêmica de engenharia ambiental e estou analisando meus temas para tcc. Gostaria muito de falar sobre a importância dos bueiros e a sua participação na contenção de impactos decorrentes de ações pluviais.Mais uma vez agradeço, obrigada

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