em Políticas públicas, Recursos Hídricos

Imagem de capa: Pexels por Pixabay


Não é de hoje que ouvimos notícias sobre a crise de abastecimento de São Paulo, devido aos baixos índices pluviométricos, mas também à falta de planejamento e à fragilidade do sistema.  Nesse período de estiagem vimos como o Brasil, de modo geral, está mal preparado para lidar com situações de crise hídrica. Sabemos que foi o verão mais seco das últimas sete décadas, mas será que alguém achou que a seca não atingiria o Sudeste novamente? Se tivemos períodos de estiagem no passado era de se esperar que isso voltasse a ocorrer. Deveríamos estar preparados!

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No caso de São Paulo em especial, já era conhecido, desde 2009 a partir de um documento produzido pela Fundação de Apoio à USP – Relatório Final do Plano da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, que o Sistema Cantareira tinha um “déficit de grande magnitude” e que seria necessário tomar medidas para que não houvesse um colapso. Pelo jeito essas medidas não foram tomadas.

No post A atual crise hídrica e política do Sudeste vimos um panorama desta crise. De um lado São Paulo, que apesar de outras opções, tem interesse em captar água do Rio Paraíba do Sul, e do outro o Rio de Janeiro, que não tem outra opção.

Mais recentemente a crise política entre São Paulo e Rio foi agravada por uma ação da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) apoiada pelo governo paulista, que ignorou uma recomendação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), e reduziu a vazão da represa do rio Jaguari, afluente do rio Paraíba do Sul. Desde o início do mês de agosto a Cesp vem reduzindo em um terço a vazão na represa Jaguari. A ONS autorizou a redução de 40 m³/s para 30 m³/s, mas a Cesp reduziu essa vazão para 10 m³/s.

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Essa redução pode afetar fortemente o rio Paraíba do Sul e, além de prejudicar a produção de energia elétrica no Rio de Janeiro, pode acarretar o esvaziamento de reservatórios de três usinas adjacentes, reservatórios de Paraibuna, Santa Branca e Funil, e deixar ao menos 26 cidades do Rio de Janeiro sem água.

A Cesp alega ter desobedecido a uma recomendação da ONS seguindo orientação do Departamento de Água e Energia Elétrica de São Paulo (Daee), que visa poupar a água para ser usada para consumo humano. Segundo o pesquisador da Coppe/UFRJ, Jerson Kelman, também ex-presidente da Light e ex-diretor da Aneel e da ANA, este assunto não pode ser resolvido por autoridade estadual, pois se trata de um problema nacional e que afeta cidadãos de outros estados.

Foto de Pixabay no Pexels.

Vamos esperar para que este conflito seja resolvido o mais rápido possível e para que os nossos governantes e órgãos competentes possam ser melhores no quesito planejamento. Porque como diz aquele trocadilho que escuto desde criança, título deste post: Quem falha em planejar, planeja falhar!

 

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