em Meio Ambiente, Recursos Hídricos

Recentemente, um assunto tomou de assalto o panorama das redes sociais! O movimento “Gota d’Água” disponibilizou um vídeo na internet que rapidamente se tornou o mais novo viral da rede. Trata-se de um vídeo com atores famosos atuando em uma espécie de diálogo com o espectador, expondo alguns argumentos contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

Assisti ao vídeo há uns dois dias atrás, não gostei e acabei esquecendo. Mas a discussão cresceu e tomou conta dos almoços e das mesas de bar.  Como na Copa do Mundo, quando todo brasileiro é um técnico expert em futebol, agora todos falam com a autoridade de especialista em aproveitamentos energéticos.

Então, resolvemos abordar o tema hoje!

Usina de Itaipu

Mas antes, vamos deixar alguns pontos bem claros:

Primeiro: não queremos iniciar aqui uma discussão política

Segundo: não se trata de uma defesa de nenhum empreendimento específico

Terceiro: acreditamos nas fontes de energia alternativas

Então, vamos lá…

A construção da Usina de Belo Monte é realmente muito polêmica e existem diversos fatores que deveriam ser mais bem explorados e debatidos. O projeto apresentado tem um custo bem elevado e o processo de licitação ambiental foi meio “nebuloso”.

Mas, para alimentar a discussão, ao invés de tentar induzi-los a qualquer conclusão, seguem algumas informações importantes.

A Usina de Belo Monte já está entre os projetos de investimento para geração de energia no Brasil desde 1975. Muito foi modificado desde o projeto original e uma das alterações que objetivam mitigar alguns impactos do empreendimento foi a diminuição da área alagada a montante da usina. Essa área era originalmente de 1.225 km², passando agora para 516 km², sendo que cerca de metade dessa área, 250 km², já sofre com alagamentos sazonais devido à variação das estações hidrológicas.

A diminuição do lago, que visa diminuir os impactos da usina, acaba por reduzir a sua eficiência energética. Assim, quando criticam a baixa eficiência da geração, esquecem que ela é consequência de uma decisão ambientalmente favorável.

Lago da Usina de Sobradinho

Outro ponto importante quanto à área do lago é o desmatamento da floresta. Isso é muito ruim, sim! Mas se compararmos essa área com a média de desmatamento da Amazônia legal para outros fins, esse número passa a ser menos alarmante. A floresta amazônica perde, em média, 15.000km² / ano, por ações de desmatamento.

Outro ponto levantado no vídeo do movimento “Gota d’Água” é quanto à substituição da usina por fontes alternativas de energia. Em um momento um ator cita duas delas: a eólica e a solar.

Como deixamos claro, somos totalmente a favor da adoção de fontes alternativas para a geração de energia. Mas ainda faltam alguns passos nessa caminhada, para que essas fontes se tornem realmente interessantes, do ponto de vista econômico, para produção em larga escala.

A energia solar pode ser aproveitada diretamente de duas formas: aproveitamento térmico e conversão direta. O primeiro é muito utilizado para aquecimento de água, principalmente em prédios residenciais e comerciais. O segundo utiliza as células fotovoltaicas para converter a energia solar em energia elétrica.

Painel solar para aquecimento da água

Eu cresci em uma casa com placa de aquecimento solar para a água e confesso que seria muito desconfortável tomar banho no inverno de Nova Friburgo se não houvesse um boiler elétrico complementar. Quanto às células fotovoltaicas, a eficiência das melhores chega a 25% (Solar Cell Efficiency Tables – Progress in Photovoltaics: Research and Applications, 2000), contra 90% de algumas turbinas hidráulicas.

Placas para captação da energia solar

Outro fator importante é o custo dessas fontes, enquanto um chuveiro elétrico pode custar menos que R$30,00, o custo do coletor solar pode chegar a R$500,00. Uma boa notícia é que esses custos estão caindo rapidamente e tendem a cair mais, além de existirem técnicas de baixo custo para instalação de aquecimento solar.

Quanto à opção pela energia eólica, o custo das turbinas ainda é muito caro em comparação com as fontes tradicionais. As fazendas eólicas, como são chamados os locais de instalação das torres, ocupam grandes áreas e tem um impacto visual gigantesco, além de gerar ruídos desconfortáveis. Você já foi a uma fazenda dessas? E já visitou um reservatório de hidrelétrica? Qual era mais agradável?

Parque Eólico

Um ponto muito favorável à implantação de usinas hidrelétricas é sua capacidade de “guardar” energia eficientemente em seu reservatório, quando este existe. Isso permite a geração de energia de acordo com a demanda. O que é difícil de conseguir com as fontes solar e eólica. Não da para “guardar” a luz solar para ser usada a noite e nem fazer uma barragem para armazenar o vento. Poderíamos usar baterias para “armazenar eletricidade” quimicamente, mas essas são muito caras e muito poluentes, não é à toa que existe um lixo próprio apenas para jogar as pilhas.

Ainda em favor das hidrelétricas, temos a oportunidade de fazer valer um dos fundamentos da Lei 9433/97a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas, pois permite usos diversos como navegação, lazer, abastecimento e controle de inundações.

 

O que temos que ter em mente é que a ocupação humana causa impactos em qualquer meio, assim como qualquer animal causa em seu habitat. Resta-nos saber os limites de estresse que podemos causar e agir conscientemente para mitigar esses impactos.

Como disse Euclides da Cunha:

Estamos condenados a civilização, ou progredimos ou desaparecemos.

Quem for curioso e quiser saber mais sobre fontes de energia no Brasil, indico aqui o “Atlas de Energia Elétrica do Brasil”, indicado por nosso amigo Zig, que como comentou: é um pouco mais difícil que ver um vídeo no youtube! Valeu garoto…

PS: No final do vídeo tem uma mensagem, perguntando como queremos olhar para o passado, quando tivermos a oportunidade de deixar um lugar mais saudável. A construção da Usina de Itaipu gerou grandes impactos socioambientais, alagando grandes áreas. Hoje, a Usina de Itaipu faz parte das Sete Maravilhas do Mundo Moderno, gera eletricidade, turismo, emprego e renda.

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Mostrando 68 comentários
  • Melissa
    Responder

    Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) de Belo Monte: http://www.internationalrivers.org/files/RIMA.pdf

    • Osvaldo Moura Rezende
      Responder

      Valeu Mel…

      Ótima contribuição! Achei essa frase aqui no EIA:
      “Você já sabe que a construção do AHE Belo Monte irá causar impactos negativos e positivos. Sabe, também, que os Planos, Programas e Projetos foram elaborados para evitar, diminuir, controlar e compensar os impactos negativos ou aumentar os benefícios dos impactos positivos.”

      Beijos.

  • Rodrigo
    Responder

    Um vídeo interessante, fala de Débora Duprat, vice-procuradora geral da república, durante o seminário “A Hidrelétrica de Belo Monte e a Questão Indígena”, ocorrido no dia 07 de fevereiro de 2011 na Universidade de Brasília.
    http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=2pbln30mp7M#!

    • Osvaldo Moura Rezende
      Responder

      Fala Rodrigo,

      com certeza, os impactos sociais devem ser analisados com muito mais seriedade do que são. Os aspectos sociais ainda ocupam um plano secundário nas avaliações.

      Agora, comentando algumas coisas sobre o depoimento da vice-procuradora, ela diz sobre uma resolução CONAMA, de 86, em que estudos sobre Recursos Hídricos devem considerar toda a Bacia Hidrográfica, dizendo que não existe estudo para a Bacia do Rio Xingú. Bom, tem estudo sim:
      AAI – Avaliação Ambiental Integrada da Bacia do Rio Xingu

      Já comentei aqui e reforço, que outro aspecto da Gestão dos Recursos Hídricos institui como base a necessidade de se priorizar o uso múltiplo da água.

      Valeu pelo vídeo Rodrigo!

      Abraço.

  • Letícia Lopes
    Responder

    Primeiramente, parabéns pelo post! Muito bem colocado. E sim, concordo com a maior parte do que dito.

    Mas devo admitir que sou tomada por uma inquietação quando estes e outros argumentos são apresentados. Que cada sociedade tem a política e os governantes que merecem, isto é fato. Mas até quando iremos permanecer a mercê disto e não começarmos a pensar e fazer diferente a respeito das coisas que nos cercam? Estamos vivenciando um momento chave em relação aos avanços tecnológicos relacionados às fontes de energia. As renováveis, são sim promissoras, mas infelizmente concordo que não são palpáveis o suficiente para dependermos delas. Não possuo embasamento técnico suficiente para opinar mas creio que com a atual perspectiva de demanda energética e, principalmente, com a postura que nós temos com relação ao consumo dessa energia e apesar ainda de todos os abomináveis interesses políticos e superfaturamentos que certamente virão, a construção de Belo Monte infelizmente se apresenta, por hora, como a melhor alternativa.

    Em se tratando de Brasil, concordo que muitas idéias se tornam utópicas demais para serem imaginadas, mas minha preocupação é: ATÉ QUANDO? Até quando iremos tomar o caminho do mais fácil, mais ‘cômodo’? Com a devida licença para desviar um pouco o foco da discussão, creio ser esta uma questão que transcende as discussões pela demanda de energia elétrica no Brasil. Faço das minhas as palavras do especialista em energia da USP Célio Bermann, por sinal contrário à construção de Belo Monte: ‘…É necessário ter uma percepção crítica do nosso modo de vida (…)Agora isso exige um esforço, e a gente vive num mundo em que esse esforço de perceber a vida de outra forma não é incentivado…’

    Enquanto não conseguirmos romper estas barreiras enquanto seres humanos e enquanto sociedade, estaremos a mercê de um estilo de vida exploratório e que visa somente nosso próprio bem estar pessoal. Gostaria de deixar claro que não do time dos ‘ambientalistas’ e dos que pregam o fim dos tempos, não… Isso porque acredito muito na capacidade do homem em propor soluções e inovações frentes às necessidades. Só acredito que precisamos de um pouco mais de reflexão sobre nosso estilo de vida e atenção com as questões ambientais, de uma forma geral…

    • Matheus
      Responder

      Letícia,

      Primeiro devemos lembrar que hidroelétrica é uma fonte de energia renovável, afinal a água que escoa pelos rios se renova ao longo do ciclo hidrológico que é alimentado pela evaporação dos rios e oceanos devido ao aquecimento do sol. Assim os aproveitamentos hidroelétricos aproveitam de maneira indireta a energia solar.

      Pessoalmente discordo de você e do Zig (Guilherme Ramos), quando afirmam que cada povo tem o governo que merece. Acho que essa afirmação coloca a culpa na população que em sua maioria nunca teve chance de escolha, seja na vida particular ou na política.

      Realmente devemos entender que não podemos discutir produção de energia sem discutir a demanda por energia, que é conseqüência do processo de produção e acumulação de bens, mas esse é um debate muito amplo e bem mais complexo, não?

  • Guilherme Ramos
    Responder

    Osvaldo e Matheus, parabéns pela beleza de texto, o debate é oportuno e interessantíssimo!

    O que me deixa mais perplexo é observar que muitas ou a maior parte das pessoas, daqui e de qualquer lugar do planeta, tem um estilo de vida que não condiz com um discurso de sustentabilidade. Vivemos numa era extremamente materialista, as pessoas acumulam cada vez mais riquezas, superfulos e todo tipo de tralha que o dinheiro possa comprar. Querem um carro mais veloz, uma internet mais rápida, um celular mais moderno, um assento de primeira classe numa viagem de primaveira pra Paris ou pra Berlim. Depois querem postar as fotos no facebook, fazer seu ranking pessoal na rede de contatos, importa muito saber quem andou fazendo uploads fantasticos via iphone, pois queremos fazer também, queremos comprar um iphone também! Ah, e o Steve Jobs é um gênio, viva a primavera árabe! Curta esse comentário.

    Não é papo hippie, não, é pura perplexidade mesmo. Tem gente que precisa viajar até a Amazonia pra levantar uma bandeira. Por incrivel que pareça, é mais fácil. Assim como ver video no youtube, muito mais fácil. Aliás, o youtube merece um capitulo a parte. É através dele que hoje vivemos nossas aventuras, ou as aventuras alheias. É mais fácil do que na época dos bandeirantes, isso mesmo, aqueles de bandana e headphone na cabeça que desbravaram a nossa floresta intocável ouvindo hip-hop em seus ipods (?!).

    Minha opinião é que Belo Monte é uma obra necessária. Cada sociedade tem aquilo que merece. O governo que merece, a obra superfaturada que merece, até a seleção de futebol que merece. Não acho justo que tenha que ser diferente com a energia elétrica. A socidade tem a quantidade de energia que merece.

    Será que abandonamos o desejo e resolvemos ser mais sustentáveis também em nosso estilo de vida? Eficiência energética só vale pra turbina hidrelétrica?
    Acho que devemos rediscutir o conceito de eficiencia e transpo-lo para os nossos padroes de consumo. E a sociedade, de uma maneira geral, precisa rever o seu discurso e adequa-lo a sua conduta e a seu modus operandi.

    Em tempo: ipad não nasce em árvore e servidor da google não come milho. E aquela cerveja que você, leitor, adora beber em EXCESSO no final de semana (cadê a eficiência e a sustentabilidade no seu entretenimento?) não brotou dentro de uma linda tulipa colirada.

    Um grande abraço pros dois, e por falar em cerveja, vamos marcar a nossa!

    • Matheus
      Responder

      Valeu Zig! Como foi dito seus comentários serviram de inspiração para o texto!

      • Osvaldo Moura Rezende
        Responder

        Galera, acabo de receber um vídeo com alguns dados técnicos da construção da Usina de Belo Monte.

        Alguns numeros sobre Belo Monte

        Espero que traga mais informação ao debate. E para que não gosta de ler, pode assistir, pois é vídeo. Sem as gatinhas da Globo, mas com ótima referência.

        Abraços…

  • Camila Magalhães
    Responder

    Concordo com o argumento que nosso estilo de vida atual pede um enorme fluxo energético de abastecimento. Mas o que me influencia a ser contra a construção desta nova hidrelétrica é simplesmente me colocar no lugar de toda a população indígena que habita naquele local e toda a perda ambiental que irá ocorrer. Muitos podem achar que é um mal necessário retirar o povo Xingu daquele local, mas pensem no inverso: a massa urbana mais favorecida aceitaria ser retirada de suas moradias por qualquer obra que favorecesse a coletividade?? A alta roda carioca nem aceita que a rota dos aviões passe por cima de seus apartamentos de luxo, quanto mais serem despejados e realocados em outro bairro (como os indígenas locais). A questão da demanda energética é uma questão de reeducação e conscientização sustentável. Seria hipocrisia achar que o governo faria esse novo processo educacional da população, mas esse momento pode chegar. Construir novas usinas levando em consideração somente o avanço populacional e industrial é arriscado! Nossas fontes naturais não são ilimitadas e as pessoas TEM que aprender a lidar com novos comportamentos de consumo e não construir novas usinas de energia na mesma proporção que o consumo cresce. Essa questão engloba muitos fatores e será sempre controversa: ao governo não interessa instruir a população, é mais fácil, rápido e lucrativo (direta ou indiretamente) implementar novas obras pelo país do que reeducar a população. Um detalhe que vale lembrar é que o consumo residencial de eletricidade é inferior ao industrial (como citado em comentário anterior), ou seja, são os mais abastados/remediados que precisam modificar suas rotinas de consumo elétrico, até porque, a maioria dos brasileiros ainda pode ser considerada como “pobres”. Enfim…na minha mera opinião não-profissional não devemos aumentar as ferramentas de consumo até que não haja outra opção a não ser o racionamento radical e irreversível.

    • Matheus
      Responder

      Prezada Camila,

      A questão dos povos indígenas realmente é delicada e demanda estudos mais profundos, na minha opinião preservar uma cultura é mais importante que a preservação da biodiversidade.

      Mas é importante lembrarmos que parte da demanda por energia nas residências é pelo crescente acesso de parcelas mais carentes da população brasileira a bens de consumo (geladeira, ar condicionado, computador) que ate alguns anos atrás eram exclusivos da parcela mais rica. Democratizar o acesso a esses bens e visar patamares de consumo de paises europeus passa por aumentar a demanda por energia. Como falei no outro comentário culpar o consumidor é uma atitude um pouco hipócrita.

      Assim temos que otimizar nosso consumo de energia, mas é difícil acreditar que ele va diminuir, o que leva a necessidade de mais energia.

      Existem detalhes obscuros na questão de Belo Monte que devem ser esclarecidos, mas a relação de custo x beneficio de uma usina hidroelétrica é ainda a melhor, e arrisco a dizer que será por bastante tempo. Por isso novas usinas hidroelétricas devem ser construídas!

  • Matheus
    Responder

    Gustavo,

    Concordo que é um grande erro debater a produção de energia sem debater o consumo, mas acho que colocar a culpa no consumidor comum (pessoas físicas) é um equivoco, uma vez que o consumo de energia das industrias no Brasil é cerca de 2 vezes maior que o consumo residencial.

    Acho que o debate do consumo de energia deve passar pelo debate da matriz econômica brasileira, o Brasil tem sua economia centrada na produção de produtos de base com pouco valor agregado e que demandam muita energia.

    O mesmo desequilíbrio existe quando entramos no debate da produção de lixo (onde a industria produz cerca de 90 vezes mais lixo que as residências). Claro que em uma sociedade de consumo é quase impossível desassociar a produção do consumo, mas também é quase impossível existir sustentabilidade no consumo de energia e na produção de lixo. De qualquer forma culpar o consumidor de energia pelo desperdício é como culpar o consumidor de maconha pela violência do trafico.

    Por fim vale lembrar que o uso supérfluo de energia em nossas residências é quase sempre o mais prazeroso.

  • Alexandre
    Responder

    Permita-me: Agora aparece um monte de gente dizendo que não quer a usina, que prefere as fontes alternativas e tal. Pois bem, na hora do apagão todo mundo vai reclamar, estes artistas aí irão reclamar, a globo vai reclamar, culparão o governo por falta de investimento no setor. Engraçado que estes artistas não explicam que as tais fontes alternativas ainda estão em pesquisas, são caríssimas e no momento inviáveis. Alguém já pesquisou quanto custa um painel solar? Ah, mas tem a energia eolica. É mas temos ventos o ano todo em todo o território brasileiro? Bem, ninguém quer apagão, não querem nem pensar em energia nuclear, e claro ninguém vai querer pagar uma conta de energia ainda ainda mais cara por que vem de “fontes alternativas”. Mas então, existe outra forma mais barata e segura que a energia proveniente de hidrelétricas? Imaginem se o governo, na época da construção de Itaipu, tivesse ouvido estes movimentos. Hoje, certamente estaríamos sobre racionamento e pagando uma conta caríssima. Nossa matriz energética está baseada em hidrelétricas, e é por isso que nosso governo deve continuar estes investimentos. Não sou contra a novas fontes, mas sou contra trocar nosso parque gerador por alternativas mais caras e ainda em desenvolvimento. No vídeo citam que a usina não vai gerar a pleno o ano todo, mas não explicaram que nenhuma usina gera a pleno o ano todo, isso porque no Brasil todo temos períodos de seca e de chuva. Mas mesmo no de seca as hidrelétricas continuam a produzir, e é justamente por este motivo que as hidrelétricas possuem os grandes reservatórios. Este fato também ocorrerá com as fontes alternativas. Aqui no sul, por exemplo, quantos meses de chuva temos? Energia solar aqui? Nem pensar! E a terra dos índios? Aquela terra não é dos índios e sim de TODO povo brasileiro o qual os índios estão incluídos, é assim que temos que começar a pensar. A quem realmente interessa todo aquele território? Será que somente aos idios? Pensem nisso, o que acontecerá se continuarmos a não povoar a amazônia? Não estou falando em mega cidades mas simplesmente em marcar presença no rico solo amazônico. Quantos serão afetados pela construção da usina? E quantos serão beneficiados? Já fizeram esta conta? E se a usina não sair, quantos serão prejudicados? Estes artistas realmente conhecem a região? Viram como aquela pequena população vive? Já pararam para pensar que eles também serão beneficiados com a energia gerada pela usina. A população deve sim discutir o projeto, a forma como será executado, os valores pagos, os contratos, mas não devemos pensar em discutir o cancelamento da obra. Alexandre

  • Gustavo Spiegelberg
    Responder

    Grande debate!
    Momento perfeito para a discussão.

    Poucos abrem mão de ter um ou mais carros na garagem (e muitos andam com o carro vazio a maior parte do tempo.)
    Poucos querem abrir mão de dormir com ar-condicionado ligado.(Porque não melhorar o isolamento térmico?)
    Poucos lembram de apagar as luzes ao sair.
    Vamos andar menos de carro, mais de bicicleta!

    O grande problema é que o padrão de consumo mundial demanda alta quantidade de energia.

    Conheço poucas pessoas que abrem mão dos seu conforto em prol de uma ideologia pró-meio-ambiente.
    O video viral na internet é mais uma forma preguiçosa de protestar “curtindo” em determinada rede social.

    Quanto às eólicas. Não fiz as contas, mas posso imaginar que a área necessária para gerar o equivalente a uma Belo Monte com turbinas eólicas beira (ou ultrapassa)o tamanho do reservatório.
    (Vou pesquisar esse ponto melhor e retornar com os resultados.)

    Investir em eficiência energética é essencial. E combater o consumo supérfluo idem.

    Seja contra ou seja a favor… Mas a discussão é muito bem vinda!
    E deve ser baseada em argumentos técnicos, políticos, econômicos e socio-ambientais.
    A paixão costuma atrapalhar esse tipo de discussão e atrapalha a obtenção de um resultado ótimo.

    Grande Abraço aos colegas acima!

    • Osvaldo Moura Rezende
      Responder

      Valeu Gus! Boa exposição… apenas debatendo e confrontando diferentes visões e perspectivas podemos encontrar a solução ótima, que nunca será perfeita, mas deverá ser a melhor no momento da decisão!

      Grande abraço!

  • Alex Rusenhack
    Responder

    Sábio artigo. Muito esclarecedor. Além do Atlas, existe o Plano Nacional de Energia 2030, um estudo bem elaborado sobre as fontes de energia disponíveis no país, já exploradas e a explorar. Esse relatório também aborda o impacto ambiental e social que cada tecnologia poderá causar na região; aborda a importância estratégica da exploração dos recursos hidricos; a missão, desafio, de integrar todas as regiões do Brasil ao SIN (Sistema Interligado Nacional); e levar oportunidade de desenvolvimento a todos os quinhões do país.

    Esse relatório é extenso, mas pra quem realmente esta interessado em conhecer a magnitude da importância do setor de energia no Brasil, será um colírio pros olhos. O nível de detalhamento das informações são impressionantes, é um conhecimento valioso.

  • Matheus
    Responder

    Alan,
    Pode parecer ruim produzir eletricidade numa região para ser consumida em outra, mas isso faz com que no somatório nacional necessitamos produzir menos energia do que se cada estado da federação tivesse que produzir a própria energia. Pois com o Brasil integrado aproveitamos nas hidrelétricas diferentes regimes de chuva, já que na época que chove mais em uma região chove menos em outra e vice-versa.

  • Isabela
    Responder

    TUDO tem seu lado positivo e lado negativo. E Diante de um tema complexo temos que parar e analisar os dois lados da moeda. Ver o que realmente vale mais a pena para o BRASIL. E na minha humilde opnião, sou a favor da construção. Pelo o que venho lendo a respeito do assunto, o mais adequado para o BRASIL seria a hidrelétrica. E venho a repetir, melhor para o B R A S I L. Não podemos comparar o nosso país com os países da europa ou de outras regiõs que são totalmente diferentes economicamente, popularmente, socialmente, territoriamente, e climaticamente. E Sobre o vídeo que está rolando na internet… Achei totalmente sensacionalista. Um vídeo manipulador que não expoe de forma justa todos os fatos em questão.

  • Alan
    Responder

    Muito boa a discurssão! Sou um pouco leigo no assunto, porém muito curioso.
    Primeiramente, acho que é um consenso em todos que o Brasil precisa de mais energia.
    A partir daí, acho que a melhor solução seria pequenas hidrelétricas perto dos centros aonde precisa de energia. Isso porque criar uma mega hidreletrica em um lugar com uma necessidade bem abaixo da geração é um disperdício, sem contar que o danos socias e ambientais são menores por terem um lago menor. Além disso, como foi comentando em um post lá em cima, a condição dos cabos de transmissões estão precárias e mesmo que não tivessem a perda é grande em grande distâcia. Vale lembrar que o potencial hidrico do Brasil é imenso em todo seu território.
    Abraço

    • Osvaldo Moura Rezende
      Responder

      Fala Alan! A sua curiosidade o distanciou de muitos leigos meu camarada. Apresentou um ótimo ponto de vista! As PCH`s (pequenas centrais hidrelétricas) são uma boa alternativa para a geração de energia. Seus comentários são muito pertinentes. Valeu pela contribuição… Grande abraço

  • Regina Visani
    Responder

    Comparações estéticas, por favor! Alagamentos sazonais? Estes não destróem para sempre o patrimônio genético da área! Agora, porque há desmatamento, avanço da soja, etc…, então vamos embora ajudar a acabar com a fauna e a flora de uma floresta que, poderia trazer em suas entranhas ainda tão desconhecidas, a solução para tudo isso? Francamente, a discussão não é soja, hidrelétrica, e muito menos estética (sic)! É sim a riqueza ainda inexplorada que a nossa vã ganância não consegue entender.

    • Osvaldo Moura Rezende
      Responder

      Oi Regina. As comparações estéticas não são argumentos para se definir entre uma ou outra fonte de energia, isso não foi dito. Muitas são as questões envolvidas em um estudo de impacto ambiental sério. Também não é justificável desmatar porque há desmatamento, isso também não foi dito. Acho que algumas vezes devemos controlar nossas paixões para enxergar com mais clareza, sem abandonar a razão. Não acredito que empreendimentos hidrelétricos irão “acabar com a fauna e a flora da floresta”. Entendemos sim que há uma grande riqueza em nossas florestas que ainda não conhecemos, o que temos que fazer é pesquisar para conhecê-la. A própria existência do ser humano já é um impacto para o meio, desde de que resolvemos nos sedentarizar, a cerca de 10.000 anos, passando a modificar e alterar o ambiente para melhorar a qualidade de vida. Mais uma vez, acredito no potencial genético de nossas florestas e devemos intensificar a pesquisa nessa área. Mas a discussão é hidrelétrica, seus impactos e seus benefícios. Um abraço.

  • Roberto Lima - Consultor Energético
    Responder

    Aos que são contra a construção da Usina, favor apontar solução viável para a necessidade da demanda de energia elétrica do país para os próximos 30 anos… \/. Estamos ansiosos… Sinto realmente um pesar na degradação da natureza em prol da mantenabilidade dos seres humanos.

  • Maurício
    Responder

    Como assim 25%, 90% de eficiência?

    A termodinâmica mostra que não existem máquinas que possam trabalhar com mais de 25% de rendimento, e para obter tal valor é necessário uma máquina especial chamada máquina de Carnot.

    • Matheus
      Responder

      Mauricio,
      Me corrija se eu estiver errado, mas o limite de cerca de 25% de rendimento que você se refere é para uma maquina térmica. As turbinas hidráulicas transformam energia cinética em energia elétrica, por isso, tem uma eficiência maior do que as maquinas que transformam energia térmica em outro tipo de energia. Assim, a eficiência de uma termoelétrica varia em torno de 33% enquanto a de uma hidroelétrica varia entre 85% e 95% (mais ou menos). De qualquer forma sempre existem perdas em qualquer processo real em que algum tipo de energia é transformado em outro.
      Abraço!

  • Rodrigo
    Responder

    Muito bom o post pela dimensão dada aos impactos, pelo ensaio sobre energias alternativas e por aproveitar o momento de discussão! Entretanto, apesar da fundamentação dos pontos, ele me pareceu tendencioso, a favor de belo monte. Muito cuidado, é um blog sobre recursos hídricos, enfim…

    Algumas dúvidas:

    1 – Além da desapropriação de terras indígenas, da perda de espécies nativas (fauna e flora da floresta Amazônica de forma consentida) por que ninguem avalia os gases liberados pela decomposição de matéria orgânica nas áreas alagadas? É pequeno?

    2 – Em uma comparação com os combustíveis fósseis, quando será realmente vantajoso deixar de usar? Quando o combo “preço + impacto” for relamente desvantajoso, não é? Não adianta, é a economia que move o mundo. É inviabilidade desse combo que irá impulsionar a utilização de energias alternativas.
    Não seria a mesma realidade para esta UHE de Belo Monte?
    Ela já possui impactos relativamente grandes, se falarmos no preço então. Por exemplo, a Petrobras investiu R$ 424 MM em um parque eólico para atender a demanda energética de 350.000 pessoas no RN.

    3 – Quanto vai custar a transmissão de energia pelas nossas antigas vias de transmissão? E daqui a 10 anos, em qual nivel de perda estaremos?
    Se não me engano nosso parque instalado já esta todo depreciado.

    Sou contra BM mas a favor da discussão.

    • Osvaldo Moura Rezende
      Responder

      Ótimo comentário Rodrigo! Obrigado pelo alerta! Parece tendencioso… não foi meu objetivo, até porque antes do texto escrevi que o post não servia para a defesa de nenhum empreendimento específico. O problema é que eu sou a favor das fontes Hidrelétricas. O caso de Belo Monte, assim como de qualquer grande usina construída ou em construção, é complexo e abarca diferentes impactos e soluções. Minha ideia central era defender o uso da hidreletricidade, pois o movimento “Gota d`Água” me pareceu um movimento contra essa fonte que tanto nos ajudou a crescer e que tantos países sonham em ter nossos recursos.

      Tentando responder suas dúvidas:
      1- As emissões foram avaliadas sim, numa pesquisa breve encontrei uma publicação do Professor Philip Fearnside, do INPA, dizendo que se considerarmos apenas o lago de Belo Monte, as emissões calculadas são baixas. Porém, ao longo do texto, o Professor levanta outras questões relacionadas a reservatórios a montante da Usina de Belo Monte. Vale dar uma lida!!

      2- É isso mesmo, a economia movimenta o mundo e apenas quando as fontes alternativas puderem ser consideradas opções economicamente mais favoráveis, haverá um maior investimento. Por enquanto vale investir em Pesquisa para acelerar isso. Precisamos aumentar a seriedade dos Estudos de Impacto Ambiental, que são muito importantes e deveriam levantar a relação custo/benefício. O problema é que a valoração de passivos ambientais mostra-se muito difícil, dependendo de valores intangíveis que tornam os métodos um pouco subjetivos, além de existirem muito impactos a serem internalizados que ainda não o são. O mesmo serve para os benefícios, que também podem apresentar valores intangíveis. Existem técnicas para se fazer isso, mas não é fácil. Só pra citar algumas: Método da Produtividade Marginal , Método dos Preços Hedônicos, Método dos Custos de Viagem, Método da Valoração Contingente, Método dos Custos de Reposição… e por aí vai… Se quiser saber mais sobre valoração ambiental, recomendo o livro do Professor Seroa da Motta, Economia Ambiental, o qual pude estudar em um de seus cursos na COPPE.

      3- Agora sim!! Achei que ninguém iria levantar esse argumento! A perda com a nossa linha de transmissão é realmente grande e já li que a modernização dessas linhas faria com que tivéssemos um aumento considerável na energia disponível, sem precisar geram mais!! Não encontrei a referência, vou procurar mais. Se alguém achar, coloca aqui pra gente! Esse argumento foi o mais convincente que ouvi e esperava até que alguém fosse falar…

      Valeu pela contribuição… grande abraço.

  • Ka
    Responder

    A questão principal é um pouco mais profunda…a questão é social, humana, passa de uma questão de exposição a Luta, a causa vale a pena… http://cristhie.typepad.com/blog/2011/05/cacique-chora-ao-saber-que-dilma-liberou-o-in%C3%ADcio-das-constru%C3%A7%C3%B5es-de-belo-monte-.html

    • Osvaldo Moura Rezende
      Responder

      Com certeza Camile, a questão é muito mais profunda! Dificilmente abordaria tudo em um simples post em nosso blog… É válido qualquer manifestação em pró de comunidades afetadas, para buscar um equilíbrio entre o coletivo e o individual!

      Obrigado pelo link!! Abraços…

  • Larissa Martins Correa
    Responder

    Simplesmete falar dessa questão sem falar em política nao existe…voce só aborda o seu texto do ponto de vista energetico, mas sequer comenta sobre o impacto social que isso irá causar. Acredito que nao existe nenhuma energia realmente limpa, mas temos condições de buscar matrizes energeticas capazes de gerar menos impactos ambientais e sociais Quanto ao custo de implantação, não creio que esse seja efetivamente o problema, até porque olha o quanto estamos gastamos para a hidrelétrica em Belo Monte e quanto gastamos na mencionada Itaipu!

    • Osvaldo Moura Rezende
      Responder

      Oi Larissa! Com certeza é impossível realizar qualquer discussão sem falar em política… afinal, o ser humano é um animal político, como pontuou Aristóteles. O que queria evitar, na verdade, era uma discussão político-partidária. Também não duvido da capacidade do humano em “buscar” matrizes energéticas com menores impactos, porque é isso o que acontece em nossos centros de excelência. Na própria COPPE, aqui no Rio, existem pesquisam para aproveitarmos a energia dos mares, que também possui seus impactos, mas mostra-se uma excelente fonte. Pode saber mais nessa apresentação do Professor Estefen, do Laboratório de Tecnologia Marinha da COPPE, ou no vídeo “Geração de Energia Elétrica pelas Ondas do Mar“, do mesmo laboratório. Abraços…

  • Mariana
    Responder

    Sou bióloga, e tenho, obviamente, um ponto de vista totalmente oposto ao seu.
    Seus argumentos são todos de cunho econômico, “fontes limpas custam mais caro, são feias e desagradáveis”. A discussão de Belo Monte deveria ser pautada apenas nos impactos ambientais.
    Inundar permanentemente mais de 500km quadrados da Amazônia é um absurdo! O desmatamento “legal” da floresta por outros meios também é, e nãos erve de justificativa para mais destruição.
    As alternativas limpas de geração de energia podem ter um custo monetário mais alto no presente, mas obviamente são a melhor opção para baratear o futuro. As turbinas eólicas já estão sendo implantadas com sucesso em vário lugares do mundo, onde a necessidade de se preocupar com o futuro já é mais evidente que no Brasil.
    http://www.oeco.com.br/noticias/25201-cresce-o-numero-de-paises-que-usam-energia-eolica-no-mundo

    O mal da humanidade é sempre a mania de grandeza, como já vi menção aqui. Hoje gasta-se muito mais do que o necessário, consome-se muito mais do que o necessário e principalmente desperdiça-se muito mais que o necessário.
    Belo Monte não é a solução. É um enorme agravante.

    • Osvaldo Moura Rezende
      Responder

      Olá Mariana! É muito difícil encontrar duas pessoas que concordam plenamente em todos os aspectos. Porém, não acredito quando diz que você tem “um ponto de vista totalmente oposto” ao meu. Primeiro, porque, como mencionei no próprio post, sou a favor de novas fontes alternativas, assim como você. Também não entendi muito o lance do “obviamente”, após se apresentar como bióloga. Não devemos nos discriminar pelas nossas formações, pelo contrário, devemos trabalhar juntos para abordarmos diferentes visões acerca de nossos problemas.

      Quanto a pautar a discussão de qualquer empreendimento apenas nos impactos ambientais, aí sim, discordamos. Essa lógica contraria um principio fundamental da sustentabilidade, que indica a necessidade de uma abordagem apoiada em três pilares, econômico, social e ambiental. Com certeza não abordei todos os problemas sobre a construção da usina, nem era meu objetivo. O post é apenas um convite à uma discussão mais intensa, com mais lógica e fundamentada na ciência.

      As turbinas eólicas são muito utilizadas nos países que se preocupam com o futuro, mas esqueceu de mencionar que são os mesmos países que não apresentam potencial hidroelétrico, caso da Holanda, ou que já instalaram quase toda a sua capacidade, caso da França. Leia mais aqui:

      EUROPE’S HYDROPOWER POTENTIAL TODAY AND IN THE FUTURE
      INTERNATIONAL SMALL-HYDRO ATLAS
      HYDROELETRIC POWER

      Em seu comentário encontrei mais um ponto em que concordamos plenamente. Viu só como podemos encontrar interseções entre o que pensamos? No final você menciona um dos maiores problemas de nossa geração: o super consumo. Com certeza esse é ponto central para chegarmos em um desenvolvimento realmente sustentável.

      Um abraço…

  • Pedro
    Responder

    o problema é essa mania de grandeza..

    • Osvaldo Moura Rezende
      Responder

      É Pedro, e nem sempre é só mania de grandeza! Grandes obras significam grandes contratos, muita grana e benefícios políticos! Afinal, todos querem ver obras acontecendo…

  • Guilherme Lima
    Responder

    Achei o texto muito bom, mas poderia ter a ajuda de um biólogo para realmente se entender melhor a questão dos impactos. A água é um excelente condutor de som, muito melhor do que o ar, e com certeza o ruído das turbinas podem ser ouvido pelos peixes a uma distância muito maior do que o ruido das hélices eólicas pode ser ouvido por nós. Pra mim a floresta deve permanecer intacta, assim como seus habitantes, os índios, e não importa quem está fazendo a propaganda, temos que aproveitar que a maré está a favor.

    • Osvaldo Moura Rezende
      Responder

      Com certeza Guilherme! Diferentes profissionais trazem diferentes pontos de vista e enriquecem o debate! Confesso que nunca pensei nesse lance do som das turbinas afetando os peixes. Agora, quanto a manter a floresta intacta, acho um pouco radical, pois até mesmo os índios desmatam a floresta para construir suas aldeias, porém numa proporção muito pequena, não ultrapassando a sua capacidade de regeneração. Mas não tenha dúvida que se existissem 180 milhões de índios no Brasil, esse impacto seria bem grande. O ser humano precisa modificar o ambiente para viver, adaptando para uma vida melhor, só temos que saber como respeitar os limites dessa modificação, sem destruir a nossa própria casa, que é a própria natureza. A corrente de pensamento dos preservacionistas é utópica e hipócrita, pois se acreditam mesmo na preservação integral da natureza, teriam que ser os primeiros a defender o suicídio de toda a nossa espécie!

      Obrigado pela informação! É sempre bom poder contar com contribuições de diferentes visões…. Para não ficarmos viciados na nossa própria!

      Abraço.

  • Ãnahi
    Responder

    Concordo com o comentário do Gabriel!
    Sem levar em consideração que saindo a Belo Monte outras barragens virão, modificando totalmente e, para pior a vida na região.
    Isso semlevar em conta a questão socioambiental de remoção de índios. Definitivamente Belo Monte será um cavalo de tróia!

    • Osvaldo Moura Rezende
      Responder

      Oi Ãnahi,
      na verdade, as outras usinas não dependem da construção de Belo Monte, elas virão sim, e que venham! Belo Monte foi apenas uma das muitas alternativas de barramento existentes para a região. A maioria foi descartada exatamente por motivos ambientais e sociais. A questão dos índios é delicada mesmo e devemos dar atenção a isso…

      Um abraço

  • Pedro
    Responder

    Achei muito legal o post!
    Mas faltou algumas questões:´

    1 – Belo Monte seria um excelente projeto se o objetivo maior não fosse ganhar dinheiro com a obra. As empreiteiras e o governo cuidaram muito bem de fazer algo megalomaniaco e basante caro pra aumentar o faturamento.

    2 – A questão dos índios que é abordada no video. Os índios quase não são ouvidos pelo governo. É necessário que uma obra desse porte chegue até eles para que eles tenham alguma voz, o que é triste. E eles estão mais do que certos em aproveitar essa oportunidade para serem ouvidos e se mostrarem também cidadãos brasileiros.

    3 – No video, os autores também falam que Belo Monte não irá gerar durante o ano todo. Beleza, isso é verdade. Mas esqueceram de mencionar também que na época em que ela irá gerar, nossos reservatórios serão polpados, garantindo energia nas épocas em que Belo Monte não irá gerar.

    Realmente, é triste quando você começa a entender mais dos assuntos e passa a observar como existem pessoas ignorantes.

    Pessoas que levam mais em consideração o que artistas falam do que fazer uma pesquisa sobre o assunto.

    Eu assinaria o manifesto sim, mas por outros motivos: pelo roubo descarado envolvido na obra e pela falta de um projeto mais adequado que não visasse somente o faturamento financeiro com movimentos de terra, estudos de adequação da obra, máquinas, concreto e etc.

    • Osvaldo Moura Rezende
      Responder

      Muito bom Pedro! Sensato e coerente… Ótima contribuição. Gostei dos 3 pontos abordados e concordo quanto aos reais motivos para levantarmos a mão e acionar um sinal amarelo, dizendo: “Calma aí… Como assim? Como vai ser? Quanto? Qual impacto? Quais alternativas? Quanto é?”. Devemos exigir, acima de tudo, transparência…

  • Thiago Franco
    Responder

    É um tema complexo. OK são 1/2400 do território do Para, será que 516 Km² é irrelevante? Será que vale apena abrir mão desse território para crescer economicamente, será que o real motivo do atraso econômico do pais esta na falta energia? Não estou me preocupando se os atores globais estão fazendo isso como instrumento de manipulação como diz o site. Sei que devemos lutar por cada pedacinho de natureza que ainda nos resta, infelizmente temos o pensamento do Europeu do sec XVII. Faço meu os comentário de Leandro Tavares Pagan, sobre o texto no site acima. Então vamos lá, os dias da Terra estão contados, o “apocalipse” terrestre está chegando, mais dia menos dia isso vai acontece. O caso de Belo Monte nada mais é na minha opnião mais uma obra super faturada. Para engordar o caixa dois de muita muita gente! Esse site fala um pouco sobre o desmatamento no Para. essa usina só vai adiantar alguns anos de desmatamento coisa pouca. http://bip-news-robertobarbosa.blogspot.com/2009/09/desmatamento-no-estado-do-para.html

    Informação sobre a usina de Itaipu. A usina de Itaipu toda noite “Desperdiça” 70% do seu potencial energético, abrindo as comportas produzindo energia para ninguém (jogando fora), será que da para fazer alguma coisa com isso? sim, da muita coisa! As leis de incentivo são ridículas para consumo durante a madrugada, e ainda assim são apenas para as industrias. Durante uma palestra da Renault sobre carros elétricos(empresa que mais investe em tecnologia para carros elétricos no planeta), o diretor disse que nenhuma empresa tem o interesse de investir nessa tecnologia no Brasil, pelo menos dentro dos próximos 50 anos. Para ter uma ideia no nosso pais existe uma lei que para produzir um carro elétrico a empresa tem 80% de impostos em cima de cada peça produzida do carro! Achei isso um absurdo, é impossível plantar postos para recarga pois no Brasil o único que pode vender energia é a empresa responsável pela distribuição. ou seja seria impossivel recarregar seu carro na rua. Então a Renault apresentou a proposta do incentivo para recarregar durante a madrugada, e ganhou um sonoro NÃO! Ou seja o governo preferiu jogar energia fora abrindo as comportas colocando as turbinas para trabalhar sem ter a quem vender, a permitir uma lei de incentivo! isso, acho uma vergonha! Carro Elétrico não é uma realidade distante a não ser para nós Brasileiros, em Portugal quem tem carro eletrico esta isento de impostos, tem um incentivo de 2500 Euros na compra do carro e já existem até postos de recarga, os supermercados já possuem tomadas nas vagas de estacionamento, Até 2020 25% da frota deles sera de carros elétricos. Sera que vamos esperar chegar em um nivel de emissão de gases ao ponto de sermos obrigados a criar a lei de incentivo devido a multa por emissão? 24 Bilhões, que como o autor disse não é nada diluido em 50 anos, podemos gastar esses 24 Bi para investir em algo sustentável e não andar com esses ante-olhos para o pré-sal. Poutz o cara falando das privatizações a vale hj investe 5 vezes mais no pais do que quando era do governo. Cresceu absurdamente logo apos que foi privatizada. Esse governo corrupto não se interassa em uma boa administração e vem com essa de que a Usina é para o crescimento do pais! Conta outra.. Apagão é falta de administração!

    • Osvaldo Moura Rezende
      Responder

      Sim Thiago, é muito complexo mesmo! Sabemos dos muitos erros cometidos em projetos gigantescos como esse. Comentei em alguns momentos sobre o problema do superfaturamento, mas não acredito que “nada mais é que uma obra superfaturada”. É muito mais que isso… é investimento também, apesar de tudo, em infraestrutura. Ainda não ouvi argumentos suficientes para me opor com unhas e dentes ao empreendimento, mas com certeza deve-se mudar o processo de decisão, com uma maior atenção sistêmica, considerando todas as interrelações ambientais e outras alternativas. Quanto ao carro elétrico, saiu a algum tempo nos jornais, uma declaração que o empresário Eike Batista pretendia investir cerca de US$ 1 bilhão em uma montadora nacional de carros elétricos! Vamos torcer para que seja realidade. Nessa declaração, o próprio empresário diz: “A gente está enxergando que, nos próximos dez anos, o Brasil vai consumir oito milhões de automóveis por ano”. Isso me assusta um pouco, pois existem muitos outros problemas ligados ao crescimento da frota de veículos individuais além da emissão de gases nocivos. A grande resposta para esses problemas não é investir em carro elétrico, com bio-diesel ou outros combustíveis, mas sim em um sistema de transporte coletivo eficiente! Valeu, abraços…

  • x
    Responder

    ‎”Quanto às células fotovoltaicas, a eficiência das melhores chega a 25% (Solar Cell Efficiency Tables – Progress in Photovoltaics: Research and Applications, 2000)”…a eficiência de captura aumento consideravelmente em 11 anos, assim como seu preço baixou, basta ver seu progresso em países com verdadeira disposição política como a Austrália.. Minha casa, em SP, tb tem placas para aquecimento da água, assim como tem boiler para os dias chuvosos e frios, ainda assim a economia beira os 20%. Ninguém deve ser burro o suficiente para ficar dependente de apenas uma matriz energética.Realmente talvez não seja tão lógico energia solar em Nova Friburgo, mas estamos falando do Pará, Amazônia…nenhuma região do RJ, nem mesmo as ilhas de calor da capital fluminense recebe um sol, um calor dessa magnitude,basta perguntar pra qq pessoa q lá tenha residido.

    • Osvaldo Moura Rezende
      Responder

      É verdade amigo, a eficiência das células fotovoltaicas aumentar muito nos últimos anos e tendem a melhorar nos próximos! Vamos torcer para que isso aconteça. Há uma boa economia sim no consumo de energia quando utilizamos placas aquecedoras! Existem alguns pequenos projetos de utilização da energia solar para comunidades isoladas no Brasil, são projetos com viabilidade social! Não econômica… Concordo contigo que a melhor alternativa, no final, é diversificar a matriz energética! Mas entre as opções atuais, fico com as hidros!! Pois em segundo lugar estão as usinas termelétricas a gás principalmente após o gasoduto Brasil-Bolívia. A energia hidrelétrica é uma forma indireta de se aproveitar a energia solar que movimenta o ciclo hidrológico!! Salvas para o Sol!! Valeu, grande abraço…

  • Eduardo
    Responder

    Mt bom! Só faltou fazer um vídeo, pq quem está repassando o vídeo dos globais não vai ter paciência de ler o texto inteiro… (Obs.: Eu li inteiro, e não repassei o vídeo, pois já havia estudado a respeito antes de recebê-lo)

    • Osvaldo Moura Rezende
      Responder

      É Eduardo, ver o vídeo é muito mais fácil mesmo, ainda mais com um monte de gatas, né!? Abraços…

  • Thalis
    Responder

    Matéria muito interessante, realmente acho que essa é uma obra necessária ao país que carece de mais usinas com capacidade de regularização. Entretanto, gostaria de fazer algumas observações.
    Foi dito que o custo das turbinas eólicas ainda é muito caro em relação às fontes tradicionais, porém no último leilão de energia o que foi observado é que o valor da venda de energia eólica foi da ordem de 100,00 R$/MWh (fonte: CCEE). Esse valor superou o valor de venda de energia das fontes térmicas e o resultado foi que apenas 6 dos 49 empreendimentos contratados foram usinas termelétricas.
    Também foi dito sobre os ruídos gerados por uma usina eólica. De fato uma turbina eólica, assim como qualquer equipamento mecânico gera ruídos, porém é necessário estar bem embaixo da torre para conseguir escutar o som que a pá faz ao ser passar na torre. Isso se deve pelo simples fato de que o ruído de fundo das áreas de instalação de uma usina eólica é muito maior que o ruído gerado pelo equipamento mecânico. O ruído de fundo nada mais é que o som que o próprio vento faz ao passar por árvores, casas e outras estruturas.
    Para finalizar, a Usina de Itaipu é uma maravilha do mundo moderno de acordo com a Sociedade Americana de Engenheiros Civis. Essa lista não contempla o Cristo Redentor, por exemplo, e vale lembrar que Itaipu causou o desaparecimento do Salto de Sete Quedas que foi a maior cachoeira do mundo em volume de água.

    • Osvaldo Moura Rezende
      Responder

      Fala Thalis, agradecemos as informações! Reiteramos que acreditamos nas energias alternativas e que devemos investir muito mais nelas, principalmente no que se refere a Pesquisa e Desenvolvimento, até para não ficarmos dependentes de tecnologias importadas. Quanto ao preço da energia, não me recordo exatamente, mas o consórcio de Belo Monte ofereceu um preço por volta de R$78,00… vou conferir. Realmente, a lista em que Itaipu aparece como uma maravilha moderna foi feita pela Sociedade de Engenheiros Civis dos EUA, que é a mais aceita. A perda do Salto de Sete Quedas foi muito triste sim, até pessoalmente me impacta muito, pois sou um apaixonado pelos rios e suas cachoeiras!! Valeu, grande abraço…

  • Carol
    Responder

    Parabéns!! Muito bom o post e o momento é muito oportuno. Concordo plenamente com o que foi exposto e espero que as pessoas que viram o vídeo “chocante” dos atores famosos possam refletir melhor.

    • Osvaldo Moura Rezende
      Responder

      Valeu Carol!!! A ideia é aproveitar o momento mesmo para alimentar a discussão….

      Beijos….

  • Jonas Brito
    Responder

    O reservatório de Belo Monte é uma beleza, o problema é a vazão que eles querem deixar passando na volta do Xingú, a famosa vazão ecológica. Os índios dizem que é pouca, os biólogos contratados pela empreiteira dizem que está boa. Nesse quesito sou leigo e não sei opinar. Mas é unanimidade que a região “pedia” uma hidrelétrica.

    Tem aquela questão de comprar turbinas a mais “não sei porque”… Belo Monte não tem um bom fator de capacidade (potência média gerada por potência instalada). Tudo que é essencial no Brasil é superfaturado, infelizmente.

    • Osvaldo Moura Rezende
      Responder

      Grande Jonas, é triste mesmo termos essa realidade dos superfaturamentos! Achei o custo da Usina muito alto em relação a outros empreendimentos também. Quanto a vazão ecológica, esse tema é ainda um grande ponto de discussão, mas a opção de Belo Monte por ter uma vazão ecológica mostra algum avanço ambiental, pois isso é muito importante para se diminuir impactos no ambiente fluvial, buscando manter o ciclo de cheias e secas, para reproduzir diversos ambientes e possibilitar que alguns seres, que dependem dessa variação sazonal do nível d`água, continuem, por exemplo, a se reproduzir…

      Valeu garoto!! Abração…

  • Gabriel
    Responder

    Seus argumentos foram fraquíssimos, e o post deixou a desejar, ou realmente não existem pontos positivos.
    Se o projeto é de 1975, isso só prova que já está bem ultrapassado, a engenharia só evoluiu 36 ANOS. Além disso projeto de um período de ditadura que trouxeram algumas famosas obras de grandes danos ambientais.
    O fato de a Amazônia Legal ser desmatada para outros fins não deve ser de forma alguma justificativa para que esta seja ainda mais desmatada para a construção do reservatorio de uma UHE. Além do mais em uma época onde a tendência é a construção de Usinas a fio d’água, o que mostra mais uma vez que o projeto está ultrapassado.
    A comparação utilizada de painéis solares para aquecimento de água não faz sentido, com a construção de uma UHE que serve para gerar energia, entretanto, esse mostra como medidas de eficiência energética podem diminuir a demanda de energia, sem a necessidade de construção de novas usinas. Mas também uma melhora na distribuição diminuiria bastante o desperdício.
    Com relação à comparação com os parques eólicos: dizer que estes “ocupam grandes áreas e tem um impacto visual gigantesco, além de gerar ruídos desconfortáveis” quando se está comparando com uma UHE chega a ser cômico…

    • Osvaldo Moura Rezende
      Responder

      Caro Gabriel, realmente muito foi aprendido em 36 anos de estrada! E se prestar atenção, disse que os estudos para implantação da usina se iniciaram em 1975, havendo diversas modificações até o projeto atual! Também precisa pesquisar um pouco mais, porque a Usina de Belo Monte é uma usina a fio d`água, não possui reservatório, exatamente para diminuir os impactos da área de inundação a montante! O fato do desmatamento, com certeza não justifica novos desmatamentos! Essa informação foi passada para termos uma noção de grandeza e trazer algumas pergunta, como, por exemplo: por que não existem outros vídeos tão “famosos” para assinarmos petições contra o avanço da soja na Amazônia? Acreditamos que temos que investir sim em outras fontes e uma delas é a solar, adoro e acompanho o site Cidades Solares, que foi uma das inspirações para a criação do nosso blog Cidade das Águas. Fiz uma comparação pessoal sobre o impacto visual de um parque eólico e um reservatório de UHE, pois já tive a oportunidade estar nos dois e reafirmo que acho as fazendas eólicas bem feias… mas como disse, isso reflete uma opinião pessoal. Valeu! Grande abraço….

  • Rodrigo
    Responder

    Até concordo com muito do que foi falado. Mas o problema de belo monte são outros. (Tentando não entrar em política é claro, pois existe um forte apelo por obras de grande impacto e faraônicas o PAC).

    Primeiramente, os custos sociais são altos. O empreendimento gera impactos sociais sérios, a começar com a extinção de culturas indígenas que serão removidas de maneira forçada. Os índios são totalmente ligados às terras.

    (OBS: Claro que muitos acham que não existe mais povos indígenas, e tal, que indio hj usa bermuda… na boa… tem que conhecer antes de falar. Vai lá e vê, pois a Amazônia é outro mundo, que mtos nem imaginam. Os índios na verdade “foram adaptados” de maneira forçada à essa “nossa cultura”. Mas enfim… ).

    Outro problema social é a atração de muitas pessoas para a área, sem a devida infraestrutura. Com isso, aumenta o desmatamento para construção de casa e estradas, poluição, a violência, prostituição, etc…

    Outro problema é que ela praticamente nunca atuará com a capacidade máxima. Não há queda d’água, o que dificulta ainda mais a geração de energia.
    Os estudos de impactos são da década de 70, e pouco atualizados.

    E claro, não podemos esquecer que a energia não será um ganho para lá. ela será quase toda transferida para o sudeste. E pelo percurso, há ainda mais perdas de energia.

    As energias alternativas são sim uma realidade, na minha opinião. O problema é que a economia é a médio prazo, o que para os políticos, trás menor visibilidade.

    Poque, por ex., o Maracanã, o Engenhão e outros estádios não são todo recoberto por placas solares? Não é auto-sustentável totalmente? Olha só isso:
    http://www.techzine.com.br/arquivo/estdio-totalmente-coberto-por-painis-solares/
    “Os painéis são distribuídos em um arranjo de 14.155 metros quadrados resultando em um total 8.844 placas solares. Isto possibilita a geração de 1.14 gigawatt hora de eletricidade por ano, que é suficiente para alimentar até 80% da vizinhança quando não estiver em uso.
    O estádio tem capacidade para abrigar 55.000 espectadores e custou ao governo taiwanês cerca de 150 milhões de dólares.”

    Na boa… a gente não quer entrar o mérito de política aqui. Mas me explica pq investir em algo tão danoso, com outras alternativas por aí que poderiam aumentar e muito a visibilidade do país em termos de sustentabilidade? Tem algos estranho… enfim… ainda tenho muito mais a falar, mas tá ficando grande demais!!

    • Osvaldo Moura Rezende
      Responder

      É Rodrigo, sabemos que houve e há muita coisa errada envolvendo Belo Monte, sabemos que o processo de decisão para a construção da usina em detrimento de outros investimentos é contaminado por interesses individuais de alguns… Sabemos sim sobre o grande impacto social da obra e, como afirmei no post, que os estudos ambientais não foram claros como deveriam! Mas os estudos se iniciaram na década de 70 e muito se alterou até o projeto atual. A opção de diminuir o espelho d`água do lago de montante foi uma medida para diminuir alguns desses impactos, reduzindo assim sua eficiência energética! Existem muitas outras fontes de energia sim, e no Brasil, apesar de tímido, já existem incentivos para isso, como o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), pode procurar no site do Ministério de Minas e Energia! O Braisl possui uma grande visibilidade em “termos de sustentabilidade”, é só conferir como muitos países gostaria de ter o nosso potencial hidrelétrico e tenho certeza que nenhum deles apostaria em outra fonte, nesse momento! A França, por exemplo, investe em fontes alternativas de energia, mas já instalou 100% da sua capacidade hidroelétrica!! Temos que tomar cuidado com o que dizem os países centrais!! Forte abraço…

  • Bia
    Responder

    Adorei o post!!Parabéns! Eu sempre discuto essa questão com meus amigos. Muitos defendem as energias alternativas, claro, que elas tem muito valor mas não são “energias firmes”, elas dependem de fatores externos e não se pode colocar a matriz energética de um país dependendo apenas delas, infelizmente outras fontes de energia ainda são necessárias para assegurar o nosso desenvolvimento. É tudo uma questão de conscientização e desenvolvimento sustentável.

    • Osvaldo Moura Rezende
      Responder

      Isso mesmo Bia, acho que você entendeu bem… Também defendemos as energias alternativas e apostamos na ciência! Grande abraço.

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