In Políticas públicas

Desde os tempos de Noé, os seres humanos procuram medidas para controlar os efeitos causados por grandes chuvas, principalmente as grandes inundações. Naquele tempo, por contar com certas “informações privilegiadas”, nosso amigo das barbas brancas (acho que todos tinham barbas brancas antigamente) resolveu adotar a solução de “convivência” com o problema, uma vez que não poderia controlar tal fenômeno de grandes proporções. Construiu uma arca e colocou sua família e vários animais lá dentro.

Nunca mais registramos um evento hidrológico como aquele que fez precipitar, por quarenta dias e quarenta noites, intensas chuvas sobre todo o planeta. Mas, ainda hoje, 4.361 anos depois do dilúvio, sofremos ano após ano, grandes perdas em consequência das inundações. Ao longo da história, diversas abordagens foram empregadas para o desenvolvimento de um sistema de drenagem capaz de oferecer técnicas de defesa contra inundações eficientes e eficazes.

Hoje, dividimos as medidas de controle de inundações em duas categorias: Estruturais e Não-estruturais. As primeiras são consideradas todas aquelas que agem ou na bacia, modificando as relações entre precipitação e vazão, ou diretamente nos escoamentos, acelerando, retardando ou o derivando. Na primeira categoria estão as medidas que buscam harmonizar a convivência do homem com as cheias dos rios, exemplificadas no Cidade das Águas em Prevenir ainda é o melhor remédio, Para sair da zona e Sempre Alerta!.

Medidas de Controle

Nosso amigo Matheus apresentou em seu texto, Os Piscinões da Tijuca, parte das soluções para controlar as inundações na Bacia do Canal do Mangue, que aposta na instalação de grandes reservatórios para amortecimento das cheias dos rios, durante chuvas intensas. Reservatórios de amortecimento, bacias de detenção e muitos outros nomes são usados para este tipo de intervenção e aqui mesmo, no Cidade das Águas já falamos bastante sobre o assunto, como nos textos: O que é um Piscinão?, Paisagens Multifuncionais e Reservatórios de Detenção, mostrando como o tema pode render…

Na Fan page da  AquaFluxus, recebemos um comentário com a dúvida sobre se essa era a única solução. Para não estender muito, consideremos apenas soluções com uso de reservatórios e vamos ver quais alternativas existem.

Os reservatórios podem ser classificados de acordo com a sua atuação na bacia, dividindo-se em medidas distribuídas, na microdrenagem e na macrodrenagem:

  • Distribuídas: é o controle que atua sobre o lote, praças e passeios. São também conhecidas como controle na fonte.
  • Na microdrenagem: é o controle que age sobre o hidrograma resultante de um ou mais loteamentos.
  • Na macrodrenagem: é o controle que atua sobre os rios e canais.
Alguns tipos de medidas de controle segundo local de atuação. Dissert

Alguns tipos de medidas de controle segundo local de atuação. Dissert

No caso dos Piscinões da Tijuca, os reservatórios podem ser classificados como medidas na macrodrenagem, atuando na captação e detenção de parte das águas que escoam nos canais durante um evento de chuva, a qual será lançada novamente no rio após a cheia. Esses reservatórios serão instalados off-line, ou seja, paralelo ao curso d’água, e enterrados.

Então sabemos que não eram a única solução, agora, se eram a melhor solução, teremos uma grande discussão pela frente, começando pela questão da vulnerabilidade de um sistema de controle que apoia toda a sua capacidade de ação em um punhado de robustas estruturas, nas quais eventuais falhas podem causar grandes danos.

Quais soluções você poderia sugerir para um local tão problemático como esse?

Grande abraço a todos.

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Fonte da imagem de capa: https://petcivilufjf.files.wordpress.com/

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