A conta de água do seu condomínio anda muito cara?

Já ouvimos, há algum tempo, muitas pessoas dizerem que a falta de água será o grande problema desse século XXI.

Imagem de Marion em Pixabay

Isso não está totalmente certo…

…mas você sabe onde está o erro desta afirmação?

Então, na verdade, não há falta de água no Planeta (afinal, “a Terra é azul”, lembram?). Não de maneira geral! A água que você bebe hoje, pode ter sido a mesma água que Jesus bebeu, ou seja, temos a mesma quantidade de água hoje que nossos bisavós tinham. O grande problema da água é a sua distribuição no tempo e no espaço. Por isso vemos grandes cheias no sul do Brasil, enquanto o sertão amarga com secas prolongadas.

A terra é azul. Imagem de WikiImages por Pixabay .

Outro problema com o abastecimento de água que já enfrentamos, e tende a se agravar ainda mais, é a poluição de nossos mananciais, dificultando a captação de água bruta com uma boa qualidade para o consumo. Isso acaba por tornar mais caro o processo de tratamento da água que recebemos em nossas torneiras.

Assim, podemos consertar aquela afirmação lá de cima inserindo mais uma expressão:

A falta de água com boa qualidade será o grande problema desse século XXI.

Mas já existem maneiras de evitarmos ou, ao menos, diminuirmos esse problema. Uma delas é o Reuso da Água.

Para explicar melhor esse conceito, convidamos um amigo e parceiro que investe nessa ideia. Seu nome é Jonas Brito e reproduzimos aqui o texto que escreveu…

“Para compreender melhor a importância do reuso da água, basta ver que alguns analistas estimam que devido ao crescente aumento do consumo humano de recursos hídricos, os conflitos pela água se tornarão cada vez mais comuns no futuro próximo. Todos são unânimes em afirmar que se até há pouco tempo o petróleo foi a causa dos principais conflitos mundiais, a partir de agora tais conflitos serão motivados pela água. Ainda comparando com o petróleo, até há pouco tempo dizia-se que a água potável custaria tanto quanto a gasolina. Pois bem, refaçamos esta comparação hoje e vejamos quanto custa uma garrafinha (500ml) de água em comparação com o custo de um litro de gasolina.

Quanto vale a água que sai da sua torneira? Imagem de mustofa agus tri utomo por Pixabay

Por essa e outras razões se vê cada vez maior o interesse da sociedade na questão da falta de água. A população e boa parte dos empresários reconhecem a necessidade de maior eficiência no consumo deste bem, tão vital a todos. Neste contexto surgiu o conceito de reuso da água, que consiste basicamente em aproveitar o efluente de algum processo num outro, mediante ou não de algum tratamento.

O reuso de água começou no meio industrial e seus sistemas ainda são distintos para cada atividade produtiva. E foi neste setor produtivo que surgiu a ideia de reuso da água. Com o crescimento das exigências ambientais por parte dos governos, as indústrias, principais consumidoras de água juntamente com a agricultura, se viram obrigadas a aumentar sua eficiência no consumo deste bem.

Mas um importante setor da economia até pouco tempo estava de fora desta atividade tão benéfica aos corpos hídricos urbanos: o mercado imobiliário. Edifícios comerciais ou residenciais foram aos poucos reconhecendo que também poderia economizar com o uso racional da água que consumiam. As chamadas águas cinzas, que nada são além que efluente de chuveiros, lavabos, ralos de piso e máquinas de lavar, poderiam muito bem ser usadas para atender as descargas dos vasos sanitários mediante um tratamento simplificado. As empresas que construíam estações compactas de tratamento de esgoto para a indústria passaram a construí-las para condomínios e shopping centers.

Reuso da água em condomínios

Mas pouco se mudou nos métodos de tratamento desses efluentes ao passar de uma escala industrial para uma escala doméstica. Atualmente seus processos são semelhantes ao tratamento dado a esgoto in natura das grandes cidades. Isso parece um tanto exagerado, quando a própria legislação permite que alguns efluentes, como, por exemplo, das máquinas de lavar, sejam reusados sem tratamento algum nas descargas de vasos sanitários. Como a demanda de água nas descargas é bastante superior à oferta de água das máquinas de lavar, foi preciso que se criasse um tratamento adequado que pudesse tratar também a água dos chuveiros e lavabos. Assim, a economia gerada representa uma redução de cerca de 30% no consumo de água.

Pensando nisso, surgiu a ECCO Reuse, que criou e patenteou um sistema único que proporciona boa qualidade de efluente final, baixo custo de manutenção no tratamento de água para reúso e adequado ao uso residencial ou comercial. Ao contrário das atuais empresas que tratam água para reúso, os sistemas ECCO não reproduzem todas as etapas de uma estação de tratamento de esgoto, como reatores anaeróbios ou filtros biológicos aerados. A água tratada pelo sistema ECCO tem um tratamento físico, filtragem, seguido de um tratamento químico, cloração ou ozonização. Um é responsável por reduzir a turbidez e carga orgânica, enquanto o outro é responsável por desinfetar o efluente. As exigências de qualidade da água para reúso no Brasil são que a mesma seja clara, inodora e com um número de bactérias por litro não maior que os atuais padrões de balneabilidade.

www.eccoreuse.com.br

O não tratamento do efluente, ou um mau tratamento, pode gerar mau cheiro nos banheiros, aspecto turvo e desagradável, sem falar no risco de contaminação de funcionários que a utilizem mais diretamente como nas vassouras hidráulicas. Por isso, é de suma importância para o Brasil a divulgação de métodos adequados ao reuso doméstico e para o mercado imobiliário, assim como atentar-se para o atendimento da legislação vigente no que se refere à qualidade de água de reuso.“

Texto de Jonas Brito. M.Sc. Engenharia Civil e Sanitária

E aí, gostaram? Conhecem algum condomínio que utiliza essa técnica?

Abraços…