“Hoje eu vou tomar um porre,
não me socorre que eu estou feliz
Nessa eu vou de bar em bar
beber a vida que eu sempre quis…”
O samba enredo da União da Ilha de 1991 – De Bar Em Bar, Didi Um Poeta- é um clássico do carnaval carioca. Apresenta a trajetória de um folião que bebe todas e sai para curtir o carnaval. Esse samba até hoje inspira multidões. Nos blocos, festas e desfiles o povo se acaba como se não houvesse amanhã. Porém, infelizmente, há o dia seguinte e junto dele vem àquela ressaca. Esse post é uma homenagem a todos os leitores e amigos que hoje, quarta feira de cinzas, estão curtindo uma ressaca.
Dor de cabeça, enjoo, tontura, boca seca e sonolência, esses são os sintomas da famosa ressaca, causados pela intoxicação de álcool no nosso organismo. Não precisa ser especialista para saber que o consumo excessivo de álcool leva a desidratação e que, portanto, a água, elemento essencial para a vida e fonte de inspiração deste blog, está relacionada a esse fenômeno. Mas porque isso acontece?
Quando ingerimos qualquer tipo de alimento, ele entra no nosso sistema digestivo e antes de passar para a corrente sanguínea, ele é digerido, absorvido e metabolizado pelo fígado. Neste ultimo processo, o fígado inativa as toxinas que nós digerimos. No caso do etanol/álcool, quando ele chega no fígado, não é de primeira inativado. Nosso fígado “transforma” o etanol em acetaldeído, uma substância ainda mais tóxica. Só em uma segunda passagem pelo fígado, depois de rodar nosso organismo, essa segunda substância é ingerida. Uma extensa exposição ao acetaldeído pode provocar uma espécie de inflamação no organismo, causando enorme mal estar.
A metabolização do etanol é feita através de enzimas do fígado que também participam do processo de produção da glicose. Portanto, quando sobrecarregamos o fígado com a ingestão de álcool, há uma queda nas taxas de glicose nos órgãos, provocando sintomas de fraqueza e mal estar.
Para piorar a situação, o consumo de álcool corta a produção do hormônio chamado ADH (hormônio antidiurético). Esse hormônio é “responsável” por manter a quantidade de água corporal. Quando inibido, toda água que passa pelos rins acaba sendo eliminada na urina. O efeito diurético leva à desidratação do organismo, provocando boca seca, sede, dor de cabeça, irritação e câimbras. Com o retorno da produção do hormônio, nosso organismo volta a estar em equilíbrio. Porém, isso só acontece quando os níveis de álcool diminuem, o que pode levar algumas horas. Está aí o motivo pelo qual não paramos de ir ao banheiro logo após o início dos chopinhos.
Mas não existe maneira de evitar a ressaca?
Obviamente, consumir nenhum ou pouquíssimo álcool seria a melhor solução. Porém, para muitas pessoas evitar a bebida é difícil. A dica data pelos especialistas é de comer alimentos ricos em proteínas e carboidratos antes de beber e de consumir álcool lentamente, para dar tempo de o fígado metabolizar o álcool que está sendo consumido. Além disso, devemos controlar a desidratação bebendo muito líquido antes, durante e depois. O que é fundamental, nesta época do ano, porque já perdemos muita água (através do suor) devido às altas temperaturas.
Mas se as dicas anteriores não forem suficientes e a ressaca nos pegar, seguem algumas sugestões para amenizar os sintomas são: ingerir muito líquido seja através de alimentos ou água, suco, isotônicos e…; evitar bebidas que tenham cafeína, pois também são diuréticos; se alimentar de alimentos ricos em carboidratos, como batata-doce, inhame, aipim e arroz integral, para restabelecer o açúcar no sangue; ingerir alimentos que ajudam no funcionamento do fígado e estimulam a desintoxicação (repolho, alho, cebola e folhas de mostarda e brotos); e, obviamente, bastante repouso.
Espero ter ajudado com as dicas!
Beijos e até a próxima!!!