Uma bacia hidrográfica com área de drenagem de 100 km² equivale a, aproximadamente, 14.000 campos de futebol. Parece grande, mas depende do contexto. Para termos ideia se este valor é realmente alto ou não, em relação aos exemplos próximos que temos , podemos citar a bacia hidrográfica do Paraíba do Sul, que possui 55.551 km². São cerca de 555 vezes mais! Para não assustar o leitor, vamos citar outros exemplos, de bacias menores: a bacia hidrográfica dos rios Iguaçu-Sarapuí tem 727 km²; a do rio Sesmaria tem 149 km² e a do rio Joana (na cidade do Rio de Janeiro) tem 11 km².
Um rio cujo comprimento seja de 100 km não chega a ser considerado um rio muito extenso. Basta pensarmos em rios famosos, como o Paraíba do Sul, que possui 1.137km; o Tietê com seus 1.010km e o Iguaçu, com 910 km. Isso porque não falamos aqui no rio Amazonas, com mais de 6.400 km de extensão… No entanto, o rio Dona Eugênia, na Baixada Fluminense, tem cerca de 10km de extensão.
Precipitação de 100 mm em uma hora é muito. A chuva que caiu no Rio de Janeiro, em abril de 2010, teve um registro de cerca de 300 mm em poucas horas, na maioria dos postos da cidade.
A chuva de 25 anos de tempo de recorrência, que seria suficiente para causar um caos na Praça da Bandeira, na cidade do Rio de Janeiro, deve ter uma intensidade de cerca de 80 mm/h. Se para 25 anos tem-se já um problema, 100 anos de tempo de recorrência seria muito?
Calcular um projeto para um tempo de recorrência de 100 anos significa que existe a probabilidade de, em média, uma vez a cada 100 anos, desta cheia acontecer e, neste caso limite, nossa estrutura suportará a vazão afluente. Para a rede de drenagem, esse é um tempo longo, mas para vertedouros de grandes barragens (como vimos no post “Quando as obras falham“) esse valor é bem modesto, uma vez que temos, nesse caso, uma recorrência de 10.000 anos!
Uma chuva convectiva (aquelas de verão) cuja duração seja de 100 minutos é considerada longa e vai causar estragos. Chuvas frontais, porém, podem durar 100 horas (ou seja, alguns dias).
Um reservatório cujo volume seja de 100 mil m³ pode ser utilizado para armazenamento de águas de chuva (“piscinão”) e auxiliar no controle de cheias. Na cidade do Rio de Janeiro, a Prefeitura está realizando a construção de alguns reservatórios como esse para auxiliar no controle de enchentes da bacia do Canal do Mangue. Dentre os 4 reservatórios previstos, o menor possui 18 mil m³ de capacidade. Os demais possuem os seguintes volumes: 70 mil m³, 143 mil m³ e 50 mil m³. Um reservatório de uma grande barragem supera esse valor em várias ordens de grandeza.
A umidade relativa do ar significa, em termos simplificados, o quanto de água na forma de vapor existe na atmosfera no momento com relação ao total máximo que poderia existir, na temperatura observada. Quando os instrumentos indicam umidade relativa de 100%, isso quer dizer que o ar está totalmente saturado com vapor d’água e não pode conter nem um pouco a mais, criando a possibilidade de chuva. Em áreas florestadas ou próximo aos rios ou represas a umidade é sempre maior.
E por que esse festival de números, com referência sempre ao número 100? É que resolvemos comemorar assim o 100º post da Aquafluxus.
100 posts já é um bocado de história, mas, para nós, é só o início do caminho!