Eternizado e divulgado em todo o Brasil pela personagem Odete, interpretada pela atriz Mara Manzan na novela O Clone, de Glória Perez, o Piscinão de Ramos virou ícone do subúrbio durante o verão carioca de 2001/2002. O Parque Ambiental da Praia de Ramos, nome oficial do Piscinão, foi inaugurado em dezembro de 2001 no bairro de Ramos, zona norte do Rio de Janeiro, bem na margem da Baía de Guanabara.
O Parque foi concebido como uma alternativa de lazer para os moradores da região, que possuem a bela paisagem da Baía de Guanabara, mas infelizmente não podem usufruir de sua balneabilidade, já que apresenta uma péssima qualidade de água. A piscina em si possui pouco mais de 26.000 metros quadrados com capacidade de armazenar aproximadamente 30 milhões de litros de água.
A água do piscinão é salgada, pois é captada ali mesmo, na praia de Ramos! Assim, a água é retirada de uma fonte altamente contaminada, a Baía de Guanabara, que recebe água altamente poluídas de diversos rios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, alguns apresentando concentrações de 160.000 coliformes em cada 100 ml. Os coliformes representam o grupo de bactérias presentes nas fezes de animais de sangue quente e são utilizados como indicativo de contaminação.
Então, como que a água do Piscinão pode ser limpa ao ponto de permitir seu uso por contato direto das pessoas?
Antes da água captada na Baía chegar ao Piscinão, ela passa por um processo de tratamento muito eficiente, locado lá no Parque mesmo. A água aduzida entra em um tipo de reservatório retangular, onde há um movimento uniforme da massa líquida, que passa por algumas fases de tratamento antes de ser finalmente despejada no Piscinão.
Antes de entrar na estação de tratamento, os sólidos mais grosseiros são retirados por gradeamento. Assim que a água entra no reservatório, passa por um trecho em que ocorre a adição de alguns produtos químicos (cloreto férrico, sulfato de alumínio, cloro e polímeros) para induzir a formação de partículas maiores, pela coagulação dos sedimentos. Essa etapa é chamada de floculação, pois proporciona a constituição de flocos de material suspenso.
Logo depois, há a injeção de oxigênio por microaeração da massa líquida, no intuito de levar para a superfície as partículas formadas na etapa de floculação. Nessa fase, chamada de flotação, a água aparece com uma camada de sujeira boiando na superfície, já se apresentando mais clara no fundo.
Mais a frente, bombas são responsáveis pela retirada dessa camada superficial, onde estão concentrados os poluentes, que serão transportados para a Estação de Tratamento da Penha.
Todo esse processo leva cerca de 45 minutos e utiliza uma técnica patenteada pela DT Engenharia, batizada de FLOTFLUX®. Segundo o Engenheiro Cláudio Eduardo Stort, “A técnica elimina mais de 90% das impurezas e metais pesados da água”.
Veja aqui uma pequena apresentação do processo de tratamento.
Muita polêmica ainda circunda a construção do Piscinão de Ramos, algumas ligadas à própria qualidade da água, outras ligadas aos reais benefícios da iniciativa, sendo muitas vezes criticada como apenas uma política de segregação social.
Olhando de forma estritamente técnica, o processo de tratamento simples e direto foi uma ideia genial.
Agora me diz aí, você entraria no Piscinão de Ramos? Não!? Mas toma seu banho de mar tranquilo nas praias de Ipanema e Leblon? Acho melhor dar uma pesquisada sobre a qualidade da água e da areia nessas praias…
Ah, eu entrei no Piscinão! Fiz um trabalho no início da Faculdade sobre o processo de tratamento e, durante uma visita, não pude deixar de me batizar também!!
Abraços a todos…
Muito bom! Eu já tive o prazer de me banhar no piscinão!!
Boa garoto!! Agora toma cuidado pra não se afogar na Lagoa da Coca-cola… rs
Abraços