Foto de capa: https://www.picturescollections.com/water-bridge-in-germany/561875_/
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Hoje (12/04), enquanto tomava meu café da manhã e assistia o Radar RJ para descobrir o tamanho do trânsito que eu iria enfrentar, não tive nenhuma surpresa quando constatei que o trânsito na cidade estava caótico como sempre. No entanto, o programa seguinte veio com uma boa notícia: a de que novos projetos na área de infraestrutura de transportes podem trazer melhorias para o tráfego.
São projetos para investimento em transporte hidroviário.
Com esses investimentos, em vez de utilizarmos rodovias e ferrovias, poderemos aproveitar melhor os corpos hídricos (rios, canais, baías, lagoas, etc.) como vias de transporte. Sendo o Brasil um país rico em recursos hídricos, por que não investir mais nesse antigo meio de transporte como uma alternativa para amenizar a situação caótica do trânsito em algumas grandes metrópoles?
Na reportagem do Bom Dia Brasil de hoje, foram apresentados 2 projetos de transporte hidroviário, um em São Paulo e outro em Recife, estudados em importantes universidades do país (USP e UFPE, respectivamente) e que pretendem melhorar a qualidade de vida dos moradores desses centros urbanos.
O projeto de São Paulo, Hidroanel Metropolitano, pretende construir 17km de canais artificiais, criando um percurso de 170km que irá abranger 15 municípios da Grande São Paulo. A princípio, será feito apenas para o transporte de cargas, lixo e entulho. Esse projeto visa tirar uma grande quantidade de caminhões que trafegam pela cidade, melhorando o trânsito, diminuindo as emissões de poluentes e, também, reduzindo em 80% o custo do transporte.
Já o projeto de Recife abrange o transporte de passageiros. Os 11 km de percurso pretendem reduzir pela metade o tempo de viagem de 10.000 pessoas para o centro de Recife, por dia.
Não há dúvidas de que ambos os projetos parecem ser ótimas alternativas para redução do trânsito nas grandes cidades. Porém, não podemos esquecer que a manutenção dos mesmos e o bem-estar dos passageiros devem sempre merecer destaque, diferente do que acontece no transporte hidroviário mais tradicional do Rio de Janeiro, a travessia Rio- Niterói. Vale relembrar os recentes acontecimentos envolvendo protestos da população contra as Barcas S/A, empresa responsável por essa travessia. Essa mobilização foi motivada por conta do aumento de 61% no valor da passagem sem justificativa plausível, pois, conforme a opinião dos usuários, as condições das barcas estão horríveis, as filas para embarque são intermináveis, entre tantos outros problemas.
Enfim, aumento sem nenhuma melhoria na qualidade do transporte.
Se o transporte hidroviário tem como maiores vantagens o menor custo de transporte e de manutenção, quando comparado com os transportes rodoviário e ferroviário, por que será que as barcas se encontram nesse estado precário e o preço da passagem é quase o dobro do preço dos ônibus?
Questionamentos? Porque não sai do papel a linha de barcas São Gonçalo x Rio? ou S. Gonçalo x Nierói? ou Niterói x I. Governador? Ou Charitas x Botafogo? ou Niterói x Botafogo? Ou a nova Ponte Niterói x D. Caxias via I. Governador? Porque? Porque? Porque? blá blá blá
Boas perguntas… Devemos cobrar essas respostas. Concorda, Clovis?
Abraços e obrigada por participar da discussão.
Luiza,
Interessante atentar para um meio de transporte que dentro dos centros urbanos, principalmente, encontra-se esquecido no Brasil. Vale inclusive lembrar o papel do transporte hidroviário em cidades como Budapeste, Estocolmo, Paris, Amsterdam, São Petersburgo entre outros, seja para o deslocamento de passageiros ou apenas passeios turísticos.
Fico satisfeito de saber desses projetos em São Paulo e Recife que, mesmo um ano após a postagem, eu ainda não tinha conhecimento. Porém, começo a achar que a situação das Barcas Rio X Niterói é um ponto fora da curva entre duas prefeituras que não dão a devida atenção à mobilidade urbana, basta observar os intermináveis engarrafamentos em Niterói, a qualquer hora do dia.
Os textos de vocês são muito bem escritos e extremamente esclarecedores. Tenho utilizado muitas informações deles em minhas aulas nos ensinos fundamental e médio. Parabéns!!!
Obrigada Thiago!!!
Que bom que você tem gostado e tem ajudado nas aulas.
Ficamos felizes com essa notícia!!!
Ótimo tema, como sempre!!
Tive a oportunidade de viver uns meses na Amazônia, onde o único transporte de massa é hidroviário. São muito eficientes e seguro. Existem exceções, acidentes, mas pontuais. Falta conforto, e as vezes tem poucos horários… Mas, em geral, atendem as necessidades.
Temo pela utilização do corpos hídricos como forma de transporte devido a poluição, retificação. Não gosto da utilização dos corpos hidricos como transporte, apenas em último (ou único, como na Amazônia) caso.
E o problema não é apenas a poluição. O pior mesmo é a má qualidade dos transportes, superlotação, preços abusivos… O problema dos transportes no Brasil é complexo:
Transporte de massa ruim, profissionais mal pagos e despreparados, horários defasados… Ou seja, ninguém quer utilizar. Mas quem pode (classe média) utiliza carro. Aí a gente vê vários carros nas ruas com uma única pessoa. Resultado: congestionamento!! Os ricos utilizam carros de qualquer jeito, mas em outros horários e quando querem. Logo não sofrem. Quem continua nos ônibus, trens e barcas? O pobre…
O governo, ao invés de prezar pelas melhorias, subsidia essa M…, com isenção de impostos, licitações “empresariais”, etc. E quem manda em tudo continuam a prestar um péssimo serviço. A partir de agora, quem irá prestar o serviço das Barcas Rio-Nit é a empresa que detém os direitos da Ponte, ou seja, monopólio no transporte Rio-Nit…
Sem querer me alongar demais, mas só a título de curiosidade… Por que um país como o Brasil utiliza tantas rodovias, ao invés de ferrovias? Simples: nos anos 50 em diante, a ideia era crescer e expandir as indústrias. Então os governos passaram a incentivar a entrada de industrias de carros. Detalhe: sem ter estradas para isso!! Essa é a política do país (investir sem ter estrutura). Aí depois tem que correr atrás do prejuizo. Ou não, quem se f… é o pobre mesmo…
Ou seja, a solução não é a hidrovia. Ela poderia ser utilizada para lazer e talvez transportes de carga. A solução é o combate a corrupção e as mazelas que permitem essa falta de educação com a população. Porque aguentar mais Barcas SAs, ninguém merece…
Solução: Rede ferroviária para transporte de carga, metrô efetivo (e não essa vergonha do RJ), preços baixos e ônibus decentes!!
Obrigada Rodrigo pelo comentário e os novos apontamentos.
Concordo com você, o transporte ferroviário (metrô) é uma ótima solução para as grandes cidades brasileiras.
Porém, acho que o transporte por hidrovias poderia ajudar sim. Só não deve ser a unica solução.
O que não pode é esse trânsito insuportável de todos os dias.
beijos e obrigada por sempre estar contribuindo com o blog!
Acontece porque quem controla esses transportes são as mesmas empresas com laços politicos enraizados. As barcas eram ruins qnd eram do grupo da 1001 que não tinha interesse em prejudicar seu sistema de transporte rodoviario? Esperem até ver o que será agora sendo controlado pelo grupo CCR…
Oie Diego, tudo bom?
Pois é, apesar das expectativas estarem pequenas, torço muito para que a situação das barcas não piore. Espero que essa mudança na administração venha só trazer benefícios aos usuários. Vamos aguardar atentos as cenas dos próximos capítulos…
beijos
Gostei muito do post… Já estava mais do que na hora de investirmos neste potencial, achei muito interessante o projeto de São Paulo.
Quanto ao problema das barcas, realmente não dá para entender, o mesmo acontece com o metrô e trem: lotados, sem nenhum conforto e atenção ao passageiro além de tarifas altas, o que era para ser justamente o contrário, mas daí já sairíamos da discussão hídrica para o problema do transporte urbano na nossa cidade…
Oie Bia,
Curti seu comentário!!!
Realmete esse projeto de SP parece ser bastante interessante, espero que traga ótimos resultados.
beijosss