Quando vamos a um bom médico ele levanta informações do nosso passado para fazer um histórico da nossa vida e tentar entender porque estamos com aquele problema e o que pode ser feito. Também são realizados exames a fim de diagnosticar a doença.
Com os rios não é muito diferente. Para entender o funcionamento de um rio é necessário fazer uma busca no passado dele, por quais transformações ele passou e como ele respondeu a elas, a fim de obter a história do rio. A partir de informações históricas do rio e de sua bacia hidrográfica, é possível chegar a uma teoria interpretativa e, em conjunto com outros dados, a um diagnóstico morfológico (veja mais em A Geomorfologia fluvial e sua importância no estudo dos cursos d’água).
A teoria interpretativa é uma das etapas mais importantes do VALURI, metodologia semi-quantitativa de origem italiana e que já foi utilizada em dois estudos de caso: rio Chiese, Itália (o estudo pode ser visto aqui e aqui) e rio Sesmaria, Brasil (aqui).
O VALURI é uma metodologia inovadora desenvolvida para a previsão da morfologia e geometria que um rio assumirá após a implantação de um projeto de requalificação fluvial, a partir da avaliação das mudanças introduzidas no sistema. Foi desenvolvido pelo Centro Italiano de Requalificação Fluvial (CIRF) com o apoio da Universidade de Udine e da Autoridade da Bacia Hidrográfica do Rio Po, na Itália.
Para a aplicação deste método são necessárias as seguintes etapas:
O método VALURI, em resumo, baseia-se muito pouco em equações. Sua base está na investigação histórica e no conhecimento de engenharia mecânica do comportamento dos rios. O método considera que a compreensão, a partir da história do rio, de como o rio respondeu no passado (teoria interpretativa), é um apoio fundamental para inferir como ele provavelmente vai responder no futuro às intervenções já realizadas e às novas intervenções.
Infelizmente no Brasil é mais difícil a aplicação deste método, pois não há uma cultura de conservar memórias e praticamente não se valoriza as informações históricas. Apesar disso, o método VALURI se mostrou aplicável no estudo de caso brasileiro.
A vantagem do VALURI de permitir espaço para integração de critérios diversos e de informações qualitativas e quantitativas é de grande valia na previsão morfológica e no entendimento do funcionamento do rio. A previsão da morfologia do rio permite a implementação de projetos com maior chance se sucesso e para a melhor gestão dos rios.
Precisamos dar maior importância aos fatos do passado a fim de entender melhor o funcionamento dos rios e não cometer os mesmos erros no futuro.
Até a próxima!! 🙂
No piensen que VALURI sea un procedimiento mecanico que, como esfera magica, nos dice como sera’ la morfologia del rio al implementar una dada Alternativa de configuracion (es decir el conjunto de obras que se quitan, se dejan o se realizan; las modificaciones morfologicas que se hagan, los cambios en el regimen hidrico, etc.). Es mas bien, sencillamente, un esquema de razonamiento que asegura ser sistematicos y sacarle el maximo provecho al analisis del comportamiento historico (representado en un “historial del rio”).
No se basa en ecuaciones y modelacion, pero no las niega: se puede integrar con ellas; la condicion que el caudal de bancas llenas (bankfull Qb) iguale el caudal efectivo (Qe que maximiza el transporte solido esperado) es una posible ecuacion util para reducir el numero de incognitas, pero …tiene sentido solo para tramos aluviales no confinados, al menos en rigor.
Tiene tambien varias limitaciones (ver los articulos originales): por ejemplo se concentra en determinar solo la futura configuracion de equilibrio, sin preocuparse del transitorio y sin tener idea de cuanto se va a demorar el proceso (pero se pueden hacer consideraciones paralelas para esto). Y fortalezas: en la actualidad no hay modelos matematicos cuantitativos confiables que permitan hacer simulaciones de largo plazo (decenas de a/nos o mas) en tramos de decenas de kilometros : los que hay en general se concentran solo …en un meandro; o no se preocupan de las variaciones del ancho y forma de la seccion (cosa en cambio tipica y muy importante en la recuperacion de rios intervenidos), o de los efectos de la vegetacioon de ribera (tambien muy importante), o si lo hacen es solo a nivel de investigacion. EN cambio, para adaptarse al cambio climatico, es cada vez mas evidente que tenemos que cambiar nuestra politca de manejo de los rios y del territorio, manteniendo o devolviendoles a los rios su espacio natural. Esta es la realidad. Alegria y ssaludos
Andrea, agradeço sua contribuição. Esse post tem apenas a intenção de apresentar o método. Os textos com links no post possuem mais informações sobre o VALURI.