Entre os dias 17 e 21 de outubro, aqui na UFRJ, aconteceu a Semana de Integração Acadêmica – SIAC, que engloba 3 eventos: 13º Congresso de Extensão da UFRJ, XXXVIII Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural e VIII Jornada de Pesquisa e Extensão do Campus UFRJ – Macaé.
Já foram apresentados três trabalhos aqui no nosso Blog, desenvolvidos por pesquisadores do Laboratório de Hidráulica Computacional (LHC) da COPPE/UFRJ, nos quais houve participação de membros da equipe AquaFluxus na coorientação, junto com o professor Marcelo Miguez. Os textos que apresentam as pesquisas podem ser acessados clicando nos links abaixo:
UMA PROPOSTA DE REQUALIFICAÇÃO FLUVIAL PARA CONTROLE DE CHEIAS EM PARATY
O trabalho que será apresentado hoje é da aluna Lívia Beatriz Machado de Almeida cujo tema é Modelagem Hidrodinâmica Integrada do Rio Iguaçu/Sarapuí.
A área de estudo deste trabalho, a Baixada Fluminense, é figura sempre presente aqui no Blog Cidade das Águas, pois já desenvolvemos diversos estudos e projetos nessa região. Além disso, a bacia hidrográfica do rio Iguaçu/Sarapuí (leia o texto BACIA DO RIO IGUAÇU, UMA VELHA CONHECIDA para saber mais) já sofreu muito com problemas de inundações, devido à sua própria geografia, que é uma baixada, mas que por ser densamente urbanizada acaba atingindo milhares pessoas, ocasionando a degradação de áreas e perda de qualidade de vida da população.
As principais causas de inundações em áreas urbanas, como apontado pela aluna, são o desmatamento, a impermeabilização do solo e a alteração dos cursos naturais dos rios. O primeiro, desmatamento, intensifica os escoamentos superficiais e, como é uma região que possui montanhas no entorno e logo uma área de baixada praticamente plana, o aumento do escoamento superficial majora o risco de inundações na área urbana. A impermeabilização do solo também aumenta o escoamento superficial uma vez que reduz a infiltração de água no solo, ou seja, toda a chuva que cai na bacia do rio Iguaçu/Sarapuí vai direto para a drenagem pluvial e para os rios. Os cursos naturais dos rios que recebem as águas da drenagem foram alterados, o que causa a destruição da fauna e flora local. A baixada fluminense sofre de todos esses problemas: está localizada em região de planícies costeiras com cotas muito baixas, a ocupação do solo foi desordenada e sem o acompanhamento de infraestrutura adequada, como a drenagem das águas de chuva e coleta e tratamento de esgotos.
Por todos esses problemas, essa bacia já foi alvo de diversos estudos, e foram feitos alguns modelos matemáticos para a região. Um dos projetos, denominado “Projeto de Controle de Inundações e Recuperação Ambiental das Bacias dos Rios Iguaçu/Botas e Sarapuí”, foi realizado pela COPPE junto com o governo do Estado do Rio de Janeiro. Para saber mais sobre esse projeto acesse o texto 3 PROJETOS DE SUCESSO NA RIO + 20, os relatórios produzidos e a dissertação do Osvaldo.
Outros projetos já realizados na baixada:
-Modelagem do Rio Sarapuí
-Modelagem associada dos Rios Botas e Iguaçu Inferior
-Modelagem do Rio Iguaçu Superior
Esses modelos desenvolvidos anteriormente não estavam totalmente integrados, o que dificultava o desenvolvimento de outros estudos na região. O objetivo do trabalho apresentado na SIAC pela Lívia foi aumentar a praticidade e a eficiência na operação de estudos anteriores realizados na bacia dos rios Iguaçu, Botas e Sarapuí, através da integração dos modelos matemáticos, para proporcionar uma melhor representação da bacia e suas áreas com maior risco de inundação. Para isso, foi proposto unificar os três modelos – rio Sarapuí, associação dos rios Botas e Iguaçu inferior, rio Iguaçu superior – observando e corrigindo eventuais interferências entre eles e a modelagem de uma nova área em torno do Rio Sarapuí – delimitação de novas células na área urbana da bacia.
O resultado do estudo foi um modelo completo da bacia do rio Iguaçu/Sarapuí, que trouxe maior praticidade e velocidade na execução dos modelos, reduziu a propagação de erros pois não é mais necessário o uso de simulações paralelas. A inserção de novas células no modelo permitiu uma melhor descrição da bacia e resultados mais precisos.
Parabéns Lívia e toda a equipe LHC por mais um trabalho de grande relevância para a sociedade.