A pessoa, o lugar, o objeto
estão expostos e escondidos
ao mesmo tempo, sob a luz,
e dois olhos não são bastantes
para captar o que se oculta
no rápido florir de um gesto.É preciso que a lente mágica
enriqueça a visão humana
e do real de cada coisa
um mais seco real extraia
para que penetremos fundo
no puro enigma das imagens.Diante das fotos de Evandro Teixeira – Carlos Drummond de Andrade
Nesta semana, homenageamos aqueles que usam a mente e o coração para imortalizar momentos. Que através do resultado do seu trabalho, tocam nossos corações e reascendem a nossa memória. Parabéns fotógrafos pelo seu Dia e obrigada. Para comemorar, selecionei algumas fotografias nacionais marcantes da relação do homem com a água.
De 1877 até o final da década de 1880, o fotógrafo Marc Ferrez (1843 – 1923) foi o responsável pela produção da documentação fotográfica das obras destinadas a melhorar o abastecimento de água no Rio de Janeiro.
Para German Lorca, a boa foto está em todo lugar, capturá-la é apenas uma questão de olhar. German direcionou seu olhar aos detalhes da paisagem urbana, extraindo, em preto e branco, a poética da vida cotidiana numa São Paulo em constante transformação. A Menina na Chuva é uma das fotos premiadas do artista.
Entre 2004 e 2012, Sebastião Salgado, o renomado fotógrafo brasileiro, através do Projeto Genesis, buscou o Planeta Puro, aquilo que tinha de mais protegido. O fotografo esteve em lugares remotos para registrar paisagens raras e povos isolados. Foram mais de 30 países. E no nosso Brasil, ele foi atrás das tribos dos Zo’é na Amazônia.
Considerado um dos mais importantes fotógrafos de natureza do Brasil, Araquém Alcântara é o primeiro a desenvolver, em cerca de 30 anos, um trabalho sistemático de documentação dos parques nacionais brasileiros. Exaltando as nossa riquezas e biodiversidade, se manifesta a favor da preservação da natureza. Em um projeto, o artista selecionou quatro imagens dos recantos do Brasil que representassem o bem-estar, a superação, a felicidade e a fé. A nossa foto escolhida foi a Superação e segundo o artista “Para mim, este homem é o típico herói brasileiro. Ele vive às margens do rio Curuá (Barcelos, AM) e seu trabalho é coletar piaçava. Para isso, ele percorre a selva úmida durante uma semana, dormindo e se alimentando mal. Ainda atravessa vários igarapés, como mostra a foto, para levar o produto de seu trabalho até a beira do rio. O que ganha mal sustenta a família.”
O fotógrafo Marcel Gautherot nasceu em Paris em 1910. Em 1939, motivado pela obra de Jorge Amado, Jubiabá, vem para o Brasil e logo se apaixona, criando raízes no Rio de Janeiro. Amigo de intelectuais e arquitetos, trabalhou com frequência, produzindo séries documentais sobre a nova arquitetura no Brasil. Retratou todas as regiões do país, tornando-se nome fundamental da história da fotografia brasileira. Seu vasto campo de interesse abrangia muitos assuntos, entre eles arquitetura moderna, belezas naturais, festas populares e religiosas e os trabalhadores.
Beijos e até a próxima.
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Foto de capa: Autorretrato de 1969, German Lorca.