O crescimento desordenado das cidades e o aumento das regiões com solo impermeável aumentam muito a quantidade de água que escoa pela superfície e cai no sistema de drenagem urbana. Esse é um dos fatores que mais agravam as enchentes nas cidades brasileiras.
Buscando reverter esse quadro, algumas importantes técnicas compensatórias visam aumentar a infiltração da água no solo. Trincheiras de infiltração, pavimentos permeáveis, jardins de chuva e poços de infiltração são algumas dessas medidas que já citamos em posts anteriores (para saber mais, clique aqui).
Junto com essas técnicas que visam aumentar a infiltração, a abordagem sustentável da drenagem mostra que nem sempre a melhor solução é levar a água o mais rápido para jusante, uma vez que isso apenas transfere o problema mais para baixo. Mas em alguns casos, levar a água o mais rápido possível para as regiões mais baixas, impedindo que ela infiltre em grande quantidade no solo, é muito importante. Esse é o caso de sistemas de drenagem em áreas de encostas íngremes.
Como é de conhecimento comum, o excesso de água que infiltra no terreno é, quase sempre, a principal causa de deslizamentos e rupturas nos solos das encostas e, por isso, nessas regiões quase nunca é recomendado infiltrar a água no solo ou mesmo reter a água em reservatórios.
É fato que algumas regiões de encostas devem permanecer sem ocupação devido ao elevado risco de deslizamentos, mas é difícil imaginar que todas as encostas do estado do Rio serão desocupadas. Da Rocinha à Santa Tereza, de Petrópolis à Mangueira existem “morros” onde o risco de deslizamento é controlado e, assim, a ocupação pode ser mantida, desde que o sistema de drenagem dessas regiões tenha sido projetado para minimizar a quantidade de água que infiltra no solo, reduzindo os riscos de deslizamento.
Para evitar que as águas drenadas das encostas causem alagamentos nos bairros vizinhos, uma técnica compensatória que pode ser utilizada é a de reservatórios de detenção nos pés dessas encostas. Esses reservatórios recebem a água que desce rapidamente dos sistemas de drenagem das encostas e segura essa água por um tempo, até que a chuva passe, ou seja, funciona como um piscinão (para saber mais sobre piscinão, clique aqui), que evita a sobrecarga do sistema de drenagem durante as grandes chuvas.
Apesar da existência dessas técnicas, a melhor, mais eficiente e mais indicada forma de reduzir o risco de enchentes ainda é o controle do uso e ocupação do solo! Seja para evitar que áreas de risco sejam ocupadas ou para impor índices máximos de impermeabilização do solo, evitando um maior impacto de empreendimento no sistema hídrico. Falaremos mais sobre esse controle do uso do solo em posts futuros, assim como de outras medidas não estruturais, que serão explicadas…
A Matéria é muito boa me ajudou com meu trabalho.Parabéns!
Obrigado Rodrigo!
Muito bom !