em Drenagem Urbana, Não categorizado, Políticas públicas, Recursos Hídricos

Vem chegando o verão e com ele o sol, o calor, a praia e as tão esperadas férias.  Porém, também chegam as tempestades de verão, que inundam as cidades, estabelecendo por algumas horas o caos. Para evitar os transtornos trazidos pelas chuvas, as cidades precisam implementar medidas de controle do escoamento superficial. No caso do Estado de São Paulo, uma solução que vem sido adotada com frequência é a construção dos famosos Piscinões.

Nos últimos anos, o Governo do Estado de São Paulo vem utilizando, como técnica de controle de inundações, a construção de reservatórios de detenção. A função de um reservatório de detenção, popularmente conhecido como “Piscinão”, é diminuir os alagamentos ao retirar, por algum tempo, certa quantidade de água do sistema de drenagem (galerias, canais, rios, etc…), justamente quando esse sistema está mais cheio, durante uma chuva intensa.

Agindo assim, os piscinões conseguem reduzir o pico de vazão gerado pelas chuvas, como já explicado nos Posts O que é um “Piscinão”, Reservatório de Detenção, Cada mergulho é um flash e Os Piscinões da Tijuca.

Além de auxiliar no controle de cheias, os reservatórios, em alguns casos, podem ser usados para tratar a poluição difusa carregada pelos escoamentos superficiais. Uma outra vantagem dos reservatórios em ambientes urbanos é a de adquirir funções paisagísticas, criando um ambiente de contemplação e lazer integrado harmoniosamente com a cidade.

Piscinão na avenida Águas Espraiadas em São Paulo.

O “piscinão” do Pacaembu, na zona Oeste do município de São Paulo, foi o primeiro a ser construído em 1994. A partir dessa data, o estado e as prefeituras começaram a adotar com frequência essa metodologia. Hoje, com base em informações do Governo do Estado, a Região Metropolitana de São Paulo possui 51 piscinões em operação e 3 em construção, totalizando o volume de 10.759 mil m³, ou seja, aproximadamente, 4.300 piscinas olímpicas. Mas o estado de São Paulo não para por ai, em março deste ano foi anunciado a construção de mais 7 reservatórios, que serão feitos através da Parceria Público-Privada.

 

Reservatório Vila Pauliceia em São Bernardo

 

Para termos uma idéia da magnitude dessas obras, na grande São Paulo já foram construídos 20 Piscinões, a maioria em concreto com volume, em média, de 200.000 m³. São eles os Piscinões de Jabaquara (360 mil m³), Aricanduva I (200 mil m³), Aricanduva II (150 mil m³), Aricanduva III (320 mil m³), Aricanduva V (167mil m³), Inhumas (100 mil m³), Limoeiro (300 mil m³), Caguaçu 9310 mil m³), Rincão (304 mil m³), Bananal (210 mil m³), Guaraú (240 mil m³), Pedreira (1,5 milhão m³), Oratório (280 mil m³), Pacaembu (74 mil m³), Cedrolândia (113 mil m³), Maria Sampaio (120 mil m³), Sharo (500 mil m³), Pedras (25 mil m³) e Anhaguera (100 mil m³).

As obras de construção dos Piscinões foram realizadas através de diferentes parcerias institucionais. A construção do Piscinão Sharp, por exemplo, concluído no final de 2010, tem capacidade de armazenar 500.000 m³.  Sua obra foi executada através da parceria entre a Prefeitura e o Governo do Estado, por intermédio do Departamento de Águas e Energia do Estado de São Paulo (DAEE). A Prefeitura da Cidade de São Paulo fez a desapropriação do terreno e o DAEE executou a obra.

Vista aérea do Piscinão da Sharp.

 

Nesse contexto, um pensamento ainda me indaga. Sendo os Piscinões obras de custo de construção e desapropriação elevado, que ainda exigem cuidado muito especial quanto ao monitoramento e manutenção, será que devem ser, quase que exclusivamente, a solução para as cheias de São Paulo?

 

Boa tarde!!!

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Fonte da imagem de capa: http://www.vitruvius.com.br

 

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