Imagem de Sasin Tipchai por Pixabay
A água é um bem precioso e fator limitante da capacidade mundial de produzir alimentos, portanto, deve ser utilizada de forma eficiente. Dados indicam que, em alguns países, cerca de 40% da água utilizada na agricultura é perdida devido a práticas agrícolas ineficientes. No post A água de Jack Griffin vimos a quantidade de água que se consome para produzir certos alimentos.
Novas tecnologias reduzem o consumo de água na produção de alimentos e, ao mesmo tempo, aumentam a produtividade. Os agricultores podem aumentar seus ganhos e também utilizar a água de forma mais eficiente.
Mas é mesmo possível produzir mais com menos?
Pesquisas mostram que sim! Um exemplo disso pode ser visto na produção de arroz, um dos alimentos mais consumido pelos brasileiros e que está entre os cereais mais importantes do mundo.
A produção de arroz é feita de duas formas: arroz irrigado por inundação e arroz de sequeiro. Estimativas dizem que o arroz inundado consome aproximadamente 25% de toda a água doce disponível no mundo. Já o arroz de sequeiro, também chamado de arroz de terras altas, depende apenas do regime de chuvas. O arroz inundado possui maior produtividade em relação ao de sequeiro, mas sua produção é de custo mais elevado.
Uma pesquisa desenvolvida pela Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp (Universidade Estadual Paulista) testou a produção de arroz de sequeiro, com o fornecimento de água pelas chuvas e complementado por sistema de irrigação por aspersão nos períodos secos. O professor Carlos Alexandre Costa Crusciol, coordenador da pesquisa, afirma que é possível alcançar um nível de produtividade elevado, com grande economia de água. Com a complementação hídrica as lavouras de arroz chegaram a render até 7 mil quilos por hectare, gastando menos água. A média de produtividade do arroz de sequeiro sem a complementação da irrigação é de aproximadamente 2.700 quilos por hectare.
As produtividades de grãos, obtidas neste sistema, mostram aumento significativo da produtividade e têm-se mostrado comparáveis às de lavouras irrigadas por inundação. Durante o primeiro ano do experimento a complementação de água fornecida pela irrigação foi de apenas 8,7%, e o aumento de produtividade foi de 54,4%. Durante o segundo ano a irrigação por aspersão forneceu 14,5% da água, obtendo-se um incremento de 48,1%.
A Embrapa Clima Temperado também tem pesquisado o desenvolvimento de tecnologias para produção de arroz irrigado por aspersão, sob pivô linear. Pesquisas iniciais sinalizaram uma economia de água em torno de 40 a 50%, no cultivo de arroz com irrigação por aspersão em comparação ao sistema irrigado por inundação.
Como vimos neste exemplo, a irrigação é importante na produção de alimentos. De maneira geral, os ganhos na produtividade permitidos por ela são um dos responsáveis pela viabilidade da alimentação da população mundial. Os sistemas de irrigação estão se tornando mais eficientes. Falaremos sobre os diferentes sistemas de irrigação e as vantagens que eles proporcionam em outros posts.
Até o próximo!