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A estação seca se aproxima e a preocupação começa. Apesar de ter chovido consideravelmente no último verão, será que a Crise Hídrica acabou? Essa foi a discussão que surgiu após o pronunciamento do governador de São Paulo, no fim do mês passado. Segundo a reportagem do dia 22 de março, Geraldo Alckmin diz que não há mais risco para a questão da falta d’água. Por outro lado, algumas cidades do estado continuam sofrendo com a falta desse recurso.

O governador afirma que uma superestrutura será finalizada até o ano que vem e que o estado estará preparado para enfrentar os problemas causados pelas Mudanças Climáticas. Então, ano que vem está tranquilo! Água garantida para todos! Mas será que o pensamento deveria ser este mesmo?

Saindo um pouco do território paulista, que foi usado para contextualizar a gestão de recursos hídricos dos nossos estados, construir um big sistema, que precisa de uma complexa operação e manutenção, pode não ser a melhor solução. No Brasil não há uma cultura legal de manutenção de estruturas. Todo mundo quer inaugurar obras, mas na hora de cuidar das estruturas, a motivação acaba.

Além disso, nossas cidades têm perdas enormes no sistema de abastecimento de água (valor médio de 40%). Ou seja, precisamos tratar um volume muito maior do que o necessário para o consumo. Está claro que investir na redução das perdas é fundamental para combater a crise hídrica.

Mas, leitores, não pensem vocês que a solução depende apenas de investimento do governo e das concessionárias de saneamento. Nós gastamos bastante água!!! O consumo per capita brasileiro é de quase 200 litros por dia. É fundamental termos consciência sobre a água. O desperdício já deveria ter sido eliminado faz tempo.

Infelizmente, em grande parte do país, o que vemos é a desvalorização desse recurso fundamental. Isso pode ser justificado por vários motivos, mas dois possíveis me chamam a atenção: o fato de termos abundância de recurso. Somos o país mais rico em água doce, só que mal distribuída geograficamente; e a água nunca foi “valorizada economicamente”. Como a conta de água não era muito sentida no bolso, economizá-la era por um motivo apenas ambiental.

Com a Crise Hídrica, houve um aumento de consciência da importância desse recurso e das formas de utilizá-lo. O Japão é um país que depois de passar por um período crítico de escassez mudou a mentalidade, fez campanhas de redução do consumo e investiu em novas tecnologias, como podemos ver no trecho abaixo. Deveríamos seguir este exemplo.

 O racionamento de água em determinados horários é uma das ações tomadas para reduzir a vazão pelo país, mas essa decisão só ocorre quando não há economia voluntária de água. A conscientização dos japoneses é o grande trunfo do governo, que realiza campanhas massivas com uso de anúncios para diminuir o consumo de água. Desde 1978, todo o dia 15 de cada mês é considerado o “dia de economizar água”.

Houve ainda investimentos para captação de chuva e reaproveitamento da água residual, além de combate a vazamentos para reduzir perdas de água para o consumo. A indústria japonesa, famosa pelos avanços tecnológicos, também fez sua parte e desenvolveu torneiras, chuveiros e vasos sanitários que diminuem o consumo.

Esse é um assunto muito debatido no Blog Cidade das Águas. Separei os 10 textos mais interessantes sobre o tema, que apresentam os benefícios e algumas propostas de aproveitamento de água de chuva e de eficiência hídrica.

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Até a próxima!!!

 

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