Imagem de capa: LucyKaef por Pixabay.
Temporais, enchentes, deslizamentos, eventos que ocorrem com frequência em algumas regiões do Brasil e, apesar disso, ainda são mal geridos. Só em São Paulo, as enchentes geram prejuízos de cerca de R$ 700 milhões por ano. O desastre que ocorreu na região Serrana em 2011 provocou a morte de centenas de pessoas e prejuízos para o setor produtivo de mais de R$ 800 milhões.
As inundações são os eventos que atingem o maior número de pessoas no mundo. Segundo a resseguradora Swiss Re, desde 2000 cerca de 800.000 pessoas morreram devido a inundações e esses eventos provocaram prejuízos de 420 bilhões de dólares. Mesmo diante de tantas perdas, ainda somos carentes na gestão dos riscos de desastres naturais.
Uma das maneiras de pessoas, empresas e até cidades lidarem melhor com esses riscos é utilizando seguros, que podem ajudar na reestruturação após um desastre, aumentando a resiliência. O seguro é uma forma de proteção.
A grande dificuldade das empresas de seguro é encontrar formas confiáveis de estimar o risco e, assim, cobrar um valor justo pela apólice. Por esse motivo, também são poucos os produtos existentes no mercado para riscos de desastres naturais, principalmente no Brasil.
A modelagem matemática integrada é uma importante ferramenta para o estudo de eventos de inundações e apoia seguradoras e resseguradoras no cálculo de prêmios para residências, comércio, indústrias, veículos e até cidades inteiras.
Com o uso de modelagem é possível simular os sistemas urbanos de drenagem, com capacidade para avaliar os escoamentos decorrentes de chuvas intensas tanto nas redes de drenagem quanto nas superfícies urbanas. Essa ferramenta possibilita a observação do padrão de comportamento das inundações depois que há o extravasamento da calha dos rios principais e a elaboração dos mapas de inundação, indicando as áreas com maior risco. Desta forma, as empresas de seguro obtêm dados suficientes para calcular o prêmio e proteger o segurado. A modelagem também ajuda na investigação de sinistros, indicando sob quais circunstâncias o sinistro ocorreu.
Dentre as vantagens da modelagem matemática integrada podemos destacar:
- Respostas especializadas que permitem a indicação do risco em diferentes pontos.
- Profundidades de alagamento associadas à probabilidade de ocorrência, definindo o risco local.
- Possibilidade de atualização do risco em função de alterações no sistema de drenagem ou na ocupação urbana
- Flexibilidade de escala de aplicação, desde empreendimentos individuais até grandes cidades.
- Avaliação do potencial destrutivo de eventos de inundação com riscos predeterminados.
Existe também a ferramenta de mapeamento de propensão à inundação, desenvolvida na COPPE/UFRJ com participação da equipe da AquaFluxus. Essa ferramenta, apresentada no post MAPEAMENTO DE RISCO DE INUNDAÇÕES PARA SEGURADORAS, indica as áreas com maior suscetibilidade a sofrer inundações e também apoia seguradoras na avaliação do risco.
Aqui no Blog Cidade das Águas já publicamos diversos textos sobre como gerir os riscos de inundações, principais medidas para redução desses riscos e como minimizar as perdas. Caso tenha interesse sobre esse tema, seguem alguns links:
MAPEAMENTO DO RISCO DE INUNDAÇÕES: IMPORTÂNCIA E APLICAÇÕES
RISCO: UMA PALAVRA, MUITOS SIGNIFICADOS
EVENTOS EXTREMOS: IMPREVISÍVEIS E INEVITÁVEIS!
MAPA DE PROBABILIDADE DE INUNDAÇÕES: UMA FERRAMENTA PARA GESTÃO DO RISCO DE DESASTRES
A IMPORTÂNCIA DO MAPEAMENTO DE RISCOS HIDROLÓGICOS
ÍNDICE DE RESILIÊNCIA ÀS INUNDAÇÕES – IRES
PLANEJAR É PRECISO… POIS VIVER TAMBÉM É PRECISO
MAPEAMENTO DE INUNDAÇÕES: MUITO ALÉM DOS ALAGAMENTOS