Você acredita que a água do planeta vai acabar e teremos que nos desesperar?
Sempre escutamos que sim, ainda mais em tempos de “aquecimento global”… Mas é só pesquisarmos um pouco sobre o assunto que teremos a resposta: não, a água não vai acabar.
Mas por que então vemos notícias do tipo: “A previsão da ONU é de que, em 2025, a falta de água afetará um em cada cinco países, atingindo a vida de 3 bilhões de pessoas”?
A previsão da ONU provavelmente está certa, mas precisamos acrescentar uma palavrinha mágica na sentença para podermos entender melhor os problemas que enfrentaremos. Essa palavra é “potável”. Agora se a inserirmos na frase teremos uma melhor compreensão do que significa essa inquietação acerca do futuro da água:
“A previsão da ONU é de que, em 2025, a falta de água “potável” afetará um em cada cinco países, atingindo a vida de 3 bilhões de pessoas”.
O grande problema de escassez de água não está diretamente relacionado à quantidade de água no mundo, pois essa quantidade é invariável, uma vez que o seu volume permanece constante há alguns bilhões de anos, desde a formação de nosso planeta. A origem da água ainda é uma discussão sem vencedores, alguns defendendo que já existia uma grande nuvem na formação do planeta e outra corrente que acredita na chegada de água junto com cometas que atingiam constantemente a Terra. Essa discussão está longe de encontrar um fim…
O real problema está na disposição dessa água no planeta, tanto no espaço, quanto no tempo, como já falamos no post “A conta de água do seu codomínio anda muito cara?”, quando apresentamos um texto de um parceiro nosso sobre a técnica de Reuso da Água.
Hoje em dia, grandes centros urbanos já enfrentam perigosos problemas de escassez de água, como o Rio de Janeiro e São Paulo, onde encontramos um grande conflito envolvendo o principal manancial de água que abastece a região metropolitana do RJ, o rio Paraíba do Sul.
Adicionando mais uma ideia legal para economia de nossos recursos hídricos, existe também o conceito de aproveitamento da água de chuva, utilizado pela humanidade há muito tempo, muito tempo mesmo! Existem inúmeros locais no mundo com estruturas capazes de armazenar milhares de litros de água de chuva, construídas até 3.000 anos antes de Cristo. Alguns exemplos que podemos citar são o aproveitamento da água pluvial para a descarga de bacias sanitárias, encontrado no Palácio de Knossos, na ilha de Creta e os doze reservatórios descobertos em 1885 em Monturque, Roma, com capacidade total para armazenar mais de 1 milhão de litros de água!
Uma importante prova da utilização da água de chuva está gravada na Pedra Moabita, datada de 830 anos antes de Cristo. É uma das inscrições mais antigas encontradas até hoje e nela o rei Mesha dos Moabitas sugere a construção de reservatórios para captar a água da chuva em todas as casas.
Vale lembrar que a água da chuva é indicada para utilização com fins não potáveis, devido à sua qualidade não se apresentar muito boa, pois a atmosfera contém inúmeras “impurezas”, desde sais até metais pesados, dependendo da região. Ainda é preciso considerar a lavagem da superfície de captação, na maioria das vezes os telhados, que transportam excrementos de animais e partículas depositadas pelo ar atmosférico, sendo indicado descartar os primeiros volumes de chuva, conhecido como água de lavagem (first flush).
Uma boa notícia é que vários países já adotam incentivos para a população optar pelo uso da água de chuva, que, mesmo para fins não potáveis, chega a economizar 30% da água do sistema de abastecimento público, uma vez que usamos água potável para regar nossos jardins, carros e dar descarga nas bacias sanitárias, usos menos nobres em que a água de chuva é perfeitamente indicada.
Na cidade de Austin, Texas, o governo local oferece R$ 500,00 para quem instalar sistemas de aproveitamento da água de chuva. Na cidade de Hamburgo, Alemanha, também há um incentivo para o aproveitamento da água de chuva. Nesse programa, o morador poderá receber entre US$ 1.500,00 e US$ 2.000,00, quando aliar o aproveitamento à atenuação dos picos de cheia.
No Brasil já temos um norma desde 2007 para o aproveitamento da água de chuva de telhados em áreas urbanas e para fins não potáveis (NBR 15.527/2007), com revisão prevista para esse ano!
São inúmeros os exemplos de sistemas de aproveitamento, sendo alguns muito criativos, compondo a própria arquitetura da residência…
Alguns exemplos interessantes são os chamados barris de chuva (rain barrels). Termino com uma sequência de imagens desses barris, os mais interessantes que encontrei…
Deixei por último o mais bizarro que encontrei…
Reparem no detalhe da super sexy tatuagem!
Então é isso aí…
A big butt, I mean, big hug, for you all! See ya…