A ideia que sempre vem a cabeça quando pensamos em sistema de drenagem urbana é que a água da chuva que cai nas ruas, calçadas e telhados escorre para as sarjetas, que levam a água até uma boca de lobo e, a partir desse ponto, a água segue por galerias até o canal ou rio mais próximo. Pensar nesse tipo de sistema de drenagem urbana é comum, até por isso ele é chamado de sistema de drenagem urbana clássico.
Um sistema de drenagem urbana clássico tem como prioridade secar toda a cidade o mais rápido possível. Essa concepção surgiu em meados do século XIX, quando as grandes cidades do mundo sofriam de uma série de doenças decorrentes da falta de saneamento e da água parada das enchentes. A ideia funcionou bem, diminuindo muito o número de doenças veiculadas pela água. Assim, os sistemas de drenagem urbana clássico foram adotados em quase todo o ocidente com poucas variações.
O grande problema desse sistema surgiu quando as cidades começaram a crescer muito durante o século XX. Conforme as cidades cresciam, mais áreas antes ocupadas por florestas e pastos, ou seja, onde a água se infiltrava no solo, passaram a ser impermeáveis. Com isso, mais água escorria pelas ruas para dentro do sistema de drenagem e esse tinha de ser refeito para comportar esse acréscimo de água. Galerias tinham que ser trocadas por outras maiores e rios alargados. Com o crescimento constante das cidades essas obras no sistema de drenagem sempre precisavam ser refeitas, ficando cada vez mais caras e insustentáveis economicamente.
Para sair desse ciclo vicioso, surgiram na América do Norte e na Europa, na década de 1970, novas tecnologias e conceitos de drenagem. Essas novas técnicas buscam anular ou, ao menos, diminuir os efeitos do crescimento da urbanização. A nova ideia era aumentar a infiltração da água da chuva no solo e retardar o escoamento da água e, assim, diminuir a quantidade de água nas galerias e rios durante as chuvas mais fortes.
Essas técnicas compensatórias, assim batizadas por buscarem compensar os efeitos negativos da urbanização, se mostraram mais sustentáveis, ou seja, funcionavam melhor em longo prazo. Em posts futuros explicaremos algumas dessas técnicas compensatórias e vamos mostrar como elas foram o embrião do conceito de drenagem sustentável.
Eu sei mas nao gosto muito de referenciar por links, pq links se perdem, saem do ar, e textos tao bem feitos e ilustrados como esses merecem ser bem creditados, parabens pelo belo trabalho,
pretendo utilizar as informações e imagens desse post em meus trabalhos e aulas, gostaria de saber como indico a fonte, obrigada,
Catia,
Pode usar os posts sempre que desejar, só pedimos que cite que é do blog “Cidade das Águas”. Se quiser saber como fazer uma referencia de acordo com a norma indico a seguinte pagina: http://www.rexlab.ufsc.br:8080/more/index.jsp
Muito legal! No aguardo para os futuros posts sobre as técnicas compensatórias.
Muito interessante este artigo. Vocês estão de parabéns!!