In Políticas públicas, Recursos Hídricos

Diferentemente de 2015, o ano de 2016 começa bem mais chuvoso.  Os reservatórios que abastecem a cidade do Rio de Janeiro vem apresentando aumento nos níveis d’água. De acordo com o último boletim da Agência Nacional de Águas – ANA, refente à medição feita domingo dia 17, o nível do “Reservatório Equivalente” está em 25,86% do volume útil.  Esse reservatório equivalente é um sistema formado pelos reservatórios Paraibuna, Santa Branca, Jaguari e Funil. Leia o post O QUE É A CRISE HÍDRICA? para saber mais sobre este sistema. Nessa mesma época em 2015 o maior reservatório deste sistema, o Paraibuna, atingia seu volume morto. Apesar desse aumento significativo nos níveis do reservatório o estado ainda é de alerta e a situação ainda está distante da considerada ideal.

A mesma chuva que enche os reservatórios também tem provocado inundações em cidades fluminenses, como é o caso de Barra Mansa, Angra dos Reis, Volta RedondaPetrópolis, Teresópolis, entre outras. O rio Paraíba do Sul chegou a subir 3 metros além do seu nível normal, transbordando em alguns trechos e atingindo áreas adjacentes.

Inundação em Volta Redonda. Foto: Paulo Dimas. Fonte: diariodovale.com.br

 

Inundação de praça em Barra Mansa. Fonte: diariodovale.com.br

Um assunto bastante abordado aqui no blog Cidade das Águas é sobre as enchentes, que é uma situação natural de transbordamento de água do leito principal dos cursos d’água. O problema é quando essas áreas naturais de transbordamento dos rios e córregos, as planícies de inundação ou leito maior, passam a ser ocupadas pela população para moradia, transporte (ruas, rodovias e passeios), recreação, comercio, indústria, entre outros. Diante de precipitações mais intensas, as águas dos rios, riachos ou canais saem do seu leito menor de escoamento e escoam através do seu leito maior e planícies de inundação, atingindo a população. Isto ocorre quando além da precipitação intensa, o solo não tem capacidade de infiltrar a água precipitada ou está muito impermeabilizado, gerando um grande volume de água que escoa para o sistema de drenagem, superando a capacidade do leito menor.

As habitações localizadas no leito maior do rio funcionam como uma barreira para o escoamento das águas, levando a uma elevação ainda maior no nível d’água e a um aumento na frequência de extravasamento da calha principal do rio. Inundações devido à urbanização ocorrem principalmente em consequência do aumento da taxa de impermeabilização do solo devido ao processo de urbanização. Conforme a cidade se desenvolve, há uma redução significativa da cobertura vegetal e aumento da impermeabilização das superfícies, dificultando a infiltração da água da chuva no solo, aumentando, assim, o volume de água escoada superficialmente, podendo superar a capacidade de escoamento de rios, córregos e canais. Portanto, há uma forte relação entre o uso e cobertura do solo e as enchentes, como apresentamos no post RELAÇÕES ENTRE O USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E AS ENCHENTES.

Atualmente, um grande número de municípios brasileiros enfrenta problemas com enchentes devido, principalmente, à ineficiência, falta de planejamento e investimento no setor de drenagem urbana. É necessário, portanto, investir no setor de drenagem urbana, buscando medidas que reduzam o risco de inundações nas cidades.

A AquaFluxus trabalha ativamente com projetos de controle de inundação, diagnóstico da cota de segurança contra inundação, projeto de reservatórios e com o mapeamento de inundações. A elaboração de mapas de inundação é uma das maneiras mais baratas de se prevenir danos consequentes de inundações, definindo os riscos de alagamento para diferentes pontos da bacia hidrográfica. A AquaFluxus constrói esses mapas a partir das respostas da modelagem matemática, conferindo maior precisão aos resultados.

mapa de inundação

Exemplo de mapa de inundação.

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