Depois da chuva…

Foto de capa: Márcia Foletto/ Agência O Globo.

Segunda-feira chuvosa, véspera de feriado… Bom dia para ficar em casa quietinho, assistir bons filmes, fazer boas leituras, descansar, escrever um post pro blog (rs)… e mais um monte de coisa boa que podemos fazer em casa, como adiantar o trabalho que não foi fechado na semana anterior! Mas, no geral, a galera fica de molho mesmo.

Foto de Márcia Foletto/ Agência O Globo.

Aí, no dia seguinte – acho que não será o caso desse feriado pessoal, não se animem – abre aquele sol, dia azul e, claro, partiu praiana!! Porém, para quem mora no Rio e em muitas grandes cidades litorâneas, já sabe logo o que vai encontrar: água suja e mar impróprio para o banho.

Mas por que isso acontece, se a água da chuva é “limpa”?

Bom, pra começar, a água da chuva não é tão limpa assim, principalmente quando consideramos seu uso para o abastecimento humano (Uma história sem fim). Mas vamos, aqui, considerar que tem uma boa qualidade sim, por ser incapaz de modificar a balneabilidade da praia sozinha.

Então, temos duas fontes de poluição na rede de drenagem. Uma proveniente de ligações clandestinas de esgoto sanitário na rede pluvial e outra da água precipitada sobre a cidade que lava toda a superfície urbana, carregando para o sistema de drenagem toda a poluição que fica acumulada nos telhados, calçada e ruas.

Essa última fonte de contaminação é conhecida como poluição difusa e já é combatida em países mais avançados na cobertura dos serviços de saneamento. Na cidade de Lagord, região de Poitou-Charentes, França, todo o sistema de drenagem tem como um dos objetivos, melhorar a qualidade da água de drenagem. Aqui no Brasil, ainda temos um longo caminho para percorrer, afinal, apenas 20% dos municípios coletavam e tratavam o esgotamento sanitário até o ano 2000, resultando em um cenário alarmante para os nossos rios (IBGE – Pesquisa Nacional de Saneamento Básico).

Bacia de retenção. Fonte: https://www.limeira.sp.gov.br/sitenovo/news.php?p=4641

Essa situação calamitosa do saneamento brasileiro impede um avanço maior na prática de projetos que considerem a poluição difusa, já tão discutida no meio acadêmico, como na Tese de Doutorado Avaliação da poluição difusa gerada por enxurradas em meio urbano, da COPPE/UFRJ e premiada pela CAPES .

É fácil de entender isso, pois ainda precisamos retirar nosso esgoto não tratado de dentro dos rios e não faria sentido gastar dinheiro com tratamento da água de chuva para despejá-la em um rio como o Tietê.

É claro que devemos pensar no futuro e já preparar nossas cidades para essa adaptação, se realmente quisermos construir cidades mais verdes.