In Drenagem Urbana, Meio Ambiente, Recursos Hídricos

Hoje, dia 22 de setembro, inicia a Primavera, após uma despedida do inverno com altas temperaturas no fim de semana. Lembrando que esse ano nevou no sul do Brasil… Como sempre, a estação mais florida do ano é recebida com muita felicidade por todos, que esperam temperaturas mais altas e dias de praia.

 

Foto de danfador em Pixabay (https://pixabay.com/pt/photos/montestrutto-neve-piemonte-it%c3%a1lia-190471/)

Mas, uma informação por favor: Para o manejo das águas pluviais nas cidades, o que isso muda?

Para quem mora nas regiões Centro-oeste e Sudeste, começam os preparativos para a temporada de chuvas, que passam a ser mais frequentes e com maiores intensidades. Isso ocorre muito em consequência do aumento da formação de “complexos convectivos”, que são responsáveis pelas perigosas chuvas de verão.

Fonte: Quino em http://clubedamafalda.blogspot.com/

As chuvas de verão têm como principal característica a forte intensidade em um curto intervalo de tempo. É aquela pancada que cai no final da tarde e paralisa a volta do trabalho para casa. No Rio de Janeiro casos como esse são muito frequentes e, todo ano, sofremos com essas chuvas.

 

Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil (29/02/2016) em Fotos Públicas (https://fotospublicas.com/chuvas-alagam-ruas-do-rio-na-tarde-de-ontem-29/)

Agora, a má notícia é que sua ocorrência em grandes cidades tende a ficar mais frequente e, ainda, mais severa. Ou seja, mais dias com mais chuvas mais intensas.

E isso tem a ver com o aquecimento global?

Pesquisas e mais pesquisas fazem essa relação. Porém, cenários pessimistas de longo prazo estimam aumento de cerca de 20% nos volumes de chuva para os próximos 100 anos. Acontece que, agora, já existe uma causa direta para esse aumento. São as ilhas de calor. Estudos indicam que, na cidade de São Paulo, o volume médio de chuva anual aumentou em cerca de 35% nos últimos 80 anos.

Fonte: Silva Dias, MAF. et al./ Climatic change (https://revistapesquisa.fapesp.br/)

As ilhas de calor são formadas principalmente pela substituição das florestas por materiais com maior capacidade de retenção de calor, como o asfalto e o concreto. A presença de vegetação cria zonas de sombra capazes de reduzir a temperatura do solo, reduzindo a temperatura atmosférica. Áreas verdes também contribuem para refrescar o clima de um lugar por meio da evapotranspiração, quando as plantas e o solo liberam água para o ar, dissipando o calor do ambiente.

Junto com o aumento da temperatura atmosférica no entorno da cidade, há o aumento na disponibilidade de partículas no ar, favorecendo a formação de núcleos higroscópicos, determinantes para a formação das chuvas.

Foto de Abdel Rahman Abu Baker no Pexels (https://www.pexels.com/pt-br/foto/nuvens-negras-cobrem-a-cidade-1885809/)

Já tinham percebido isso há muito tempo, alguns povos indígenas, quando criaram a famosa “dança da chuva”, que, através do uso de grandes fogueiras, fornecia mais calor e material particulado para a atmosfera. Com certeza, a escolha do dia também não era feita ao acaso, afinal, o chefe não ia querer queimar o filme dele de bobeira!

Abraços

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Fonte da imagem de capa: Steve Art por Pixabay (https://pixabay.com/pt/photos/amarelo-sinos-flores-raindops-chuva-4382715/)

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