In Meio Ambiente, Políticas públicas

Na semana passada, a AquaFluxus teve o prazer em participar da Oficina de trabalho “Capacitação em gestão de riscos e desastres: fortalecimento em gestão e modelagem de inundações” realizada no inea (Instituto Estadual do Ambiente).

O evento é uma inciativa bem interessante do Banco Mundial (The World Bank), no intuito de promover a capacitação de instituições técnico-científicas sobre o tema e a discussão dos conceitos ligados aos riscos de desastres e de metodologias e experiências na gestão de riscos de inundação, através da apresentação de estudos de caso.  Contou com a participação de consultores nacionais e internacionais, como o especialista holandês em modelagem hidráulica computacional, Adri Verwey.

Adri Verwey é uma figura ilustre. Aos 66 anos é autor de alguns livros de modelagem, foi professor adjunto de hidráulica computacional da UNESCO e já participou de diversos projetos e planos de mitigação de inundação por todo o mundo. Neste evento, ele compartilhou suas experiências e percepções sobre diversos casos de inundação, como os estudos realizados para a bacia do Alto Tietê em São Paulo; a mega inundação em Bangkok em 2011; a modelagem hidrológica e hidráulica associada à condição restritiva do nível do mar em Hong Kong; a avaliação do sistema de drenagem e risco de inundação em Beira – Moçambique; e por fim, o monitoramento e a simulação da ruptura de diques na Holanda.

Segundo um relatório elaborado pelas Nações Unidas e pelo Banco Mundial, cerca de 3,3 milhões de pessoas morreram no mundo, no período entre 1970 e 2010, em consequência de desastres naturais (Tempestades, Inundações, Temperaturas extremas, Abalos Sísmicos e Secas). Situação que vem aumentando significativamente nas últimas duas décadas.

 

No Brasil, a Defesa Civil Nacional informa o reconhecimento de 10.283 casos de estado de emergência e calamidade publica devido a inundações, entre 2003 e 2009. Além disso, a ONU, em 2009, considerou o Brasil o 6° pais no ranking de ocorrência de desastres naturais. A maioria desses desastres relacionados às enxurradas, aos deslizamentos e às enchentes.

 

Provavelmente, a situação brasileira pode ser ainda pior, devido à intensidade de catástrofes ocorridas nos últimos quatro anos. De acordo com o Banco de Dados EM-DAT (Emergency Events Database), que contem informações sobre os desastres naturais de todo o mundo, as chuvas de 2008 a 2011 afetaram mais de 5 milhões de pessoas no Brasil, ocasionando 1.550 mortes. Obviamente, a catástrofe da Região Serrana-RJ justifica esse número excessivamente alto.

Como podem ser observados, os desastres naturais estão presentes por todo o Mundo, não excluindo os países devido a sua riqueza, a educação da população ou a religião. As ocorrências dos desastres são inevitáveis, porém ainda podemos interferir em aspectos que diminuam os danos associados a esses eventos. Como é o caso do mapeamento das áreas de risco e elaboração de projetos e planos de mitigação e contingência. As iniciativas como esta do Banco Mundial são extremantes importantes, mas obviamente, devem estar associadas a ações de prevenção e mitigação.

Mais informações sobre o tema de risco de desastres podem ser encontradas nos posts anteriores “Evitando novas catástrofes” e “Você conhece o IRC – Índice de Risco de Cheias?”.

Boa noite!!!

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Fonte da imagem de capa: https://www.colegiorecanto.com/

 

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