In Inundações, Meio Ambiente, Qualidade da Água, Recursos Hídricos

Assim que cheguei em Moscou, em maio de 2017, dei de cara com um admirável rio que cruzava a capital russa, na época, minha nova casa. Obviamente, corri para descobrir algumas informações sobre ele. E a primeira delas foi que, igualmente à minha terrinha, ele também inspirou o nome da cidade. O rio Moscou, ou em russo Москва река (/Moskva Reka/), é um corpo hídrico bem importante; um símbolo moscovita; seus meandros dão forma a capital; por onde você anda, lá está ele.

Desde muito tempo, é uma importante hidrovia que liga Moscou a cidade de Nizhny Novgorod. Em suas margens, tribos e os bálticos já se estabeleceram. Nela também, o famoso Kremlin (sede do governo) foi instalado. Em um rápido passeio de barco, é possível conhecer vários pontos turísticos: 3 dos 7 imponentes prédios soviéticos, conhecidos como irmãs de Stalin; o convento Novodevichy, o Luzhniki (estádio da Olimpíada de 1980 e da Copa de 2018); o Parque Gorky; a galeria de arte Tretyakov; a Catedral Cristo Salvador (uma das mais importantes para a igreja ortodoxa russa); o Kremlin; e a Praça Vermelha.

Rio Moscou e a Catedral Cristo Salvador (Reprodução: www.wikipedia.org – Foto: Diego Delso)

 

Rio Moscou próximo ao Kremilin (Reprodução: www.classipic.ru)

O rio Moscou tem cerca de 500 km de extensão e drena uma área de 17.600 km2. É afluente esquerdo do rio Oka, que por sua vez, desemboca no Volga, o mais longo rio da Europa. Moscou entra na capital pelo Noroeste e depois de 80 km e 6 meandros, saí pelo lado Sudeste. Dentro da área urbana, sua largura varia de 120, na área do kremlin, a 200 metros, próximo ao Luzhniki, e a profundidade da água de 3 a 14 metros.

Bacia hidrográfica do rio Volga (Reprodução: www.wikipedia.org)

A qualidade de suas águas, dentro da cidade, deixa muito a desejar. A concentração de metais pesados e derivados de petróleo excede as aceitáveis para contato primário. Portanto, não é recomendado nadar. Mas há aqueles que se arriscam e, no verão, encontramos uns russos mergulhando.

No passado, a cidade de Moscou sofreu grandes danos com diversas cheias do rio. Em 1783, após um evento catastrófico, o Canal Vodootvodny foi construído a fim proporcionar um caminho alternativo para os escoamentos e, consequentemente, maior proteção para o Kremilin. 25 anos depois, uma das maiores cheia foi registrada. As águas subiram 9 metros e um quinto da cidade foi inundada, afetando diretamente 200 mil pessoas. Outras obras estruturais foram feitas. Atualmente, no trecho da área urbana, o rio Moscou é canalizado.

Imagem da inundação de 1908 próximo ao Kremlin (Reprodução: www.pastvu.com)

Inundação de 1908 (Reprodução: www.pastvu.com)

Além das estruturas de controle de inundações, há outras obras hidráulicas interessantes no rio: pequenas centras hidroelétricas e eclusas e represas, instaladas para controlar o nível d’água e garantir a navegação. São mais de 200km navegáveis, que podem ser usados durante meados da primavera até meados do outono. Neste período, conseguimos ver grandes barcos levando pessoas, balsas levando minério e resíduos sólidos. No inverno rigoroso, suas águas congelam, camadas expeças se formam, os animais migram e a atração é observar o vai e vem dos luxuosos barcos quebra gelo.

O barco do Radisson hotel no rio Moscou (Reprodução: sputniknews.com – Foto: Sergey Pyatakov)

Abaixo mais alguns textos sobre os Recursos Hídricos na Rússia:

A Rússia e seus Recursos Hídricos

O país da Copa do Mundo 2018 e os recursos hídricos

 

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