In Políticas públicas

No post Quando a Solução vira um Problema…” falamos como, em algumas situações, o uso excessivo de uma medida de proteção contra cheias acarreta novos problemas para a região. No texto falamos e explicamos como funcionam os polders e diques ao longo de um rio.

Mas existe um outro problema associado às soluções estruturais de grande porte: O que acontecerá quando essa solução falhar?

Ruptura no “Dique-Estrada” da BR-356

No último dia 5, observamos o que aconteceu com a comunidade de Três Vendas, no norte fluminense (Para saber mais click aqui e aqui). A BR-356 que funcionava como um dique que impedia a entrada da água do rio Muriaé rompeu e a comunidade foi alagada em poucas horas.

Como observamos na maioria das inúmeras fotos divulgadas pela imprensa, a água que inundou a região não passou por cima da estrada, foi a estrutura da estrada que não suportou a carga do rio e se rompeu. O risco hidráulico do dique (risco do rio Muriaé alcançar cotas muito maiores que a cota do “Dique-estrada” e passar por cima dele) não foi o fator que gerou o problema, mas sim o risco estrutural (o risco da a estrutura do aterro do “Dique-estrada” não suportar a cheia e romper).

Assim, percebemos que quando implantamos uma solução estrutural para proteger uma região de cheias, temos que levar em conta tanto a possibilidade de nossos cálculos hidráulicos falharem como da própria obra física falhar.

Obras estruturais podem ser usadas na proteção contra cheias…

Claro que não é por isso que não iremos mais fazer obras estruturais contra as cheias, mas devemos também estudar e analisar melhor todos os riscos envolvidos e, principalmente, ter um plano de emergência para situações em que ocorrem falhas como essas.

… mas sempre existem riscos implícitos!

Você já ouviu falar sobre “Gestão de Riscos” ? Futuramente, abordaremos novamente esse tema!

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